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Cruz rejeitaria votar na chapa Chico-Cruz se eleição fosse hoje
GUSTAVO PORTO
free-lance para a Folha Campinas
Se a eleição em Campinas fosse
hoje, o prefeito Francisco Amaral
(PPB) e seu vice, Carlos Cruz
(PMDB), perderiam pelo menos
um dos 261.370 votos com os quais
se elegeram em 96. Cruz, que ocupa o cargo de prefeito em exercício, afirmou, em entrevista à Folha, que, hoje, não votaria em Chico nem receberia seu próprio voto.
Vivendo o pior momento político e econômico em pouco mais de
dois anos de governo, e justamente
quando Chico está em viagem na
Alemanha, Cruz admite que o governo está inviabilizado.
Segundo o prefeito em exercício,
só o "trabalho e uma ação" viabilizariam esse governo para que o
prefeito tentasse uma reeleição,
em outubro do ano 2000.
Ao mesmo tempo, Cruz anunciou que é pré-candidato a prefeito, caso Chico não queira tentar a
reeleição em 2000.
"Eu tenho clareza do que está
acontecendo na Prefeitura de
Campinas. Há uma total impossibilidade hoje de se fazer aquilo que
a cidade está precisando", disse.
Segundo Cruz, apesar de o prefeito estar saneando as finanças,
outros setores carentes estão sem
resposta do Executivo. "O Chico
não está podendo fazer, porque
não tem dinheiro", afirmou o prefeito em exercício.
Questionado sobre a consequência de, em um ano, a prefeitura não
conseguir sair da crise, investir em
obras e se viabilizar politicamente,
Cruz afirmou que o "processo político tem uma característica quilometricamente distante do processo eleitoral."
"O processo político acontece no
campo da razão e o eleitoral, no
campo da emoção. Dizer hoje que
o Chico não tem chance de se reeleger é precipitado, pois o contexto
nacional na eleição vai ser diferente", afirmou.
Segundo o prefeito em exercício,
"o governo Chico Amaral não é
um bloco monolítico e não existe
uma harmonia absoluta. Existem
tendências, existem grupos. Isso
não é uma novidade no governo."
Mais crise
A próxima semana de Cruz no
governo promete ser mais conturbada do que a primeira, segundo
ele afirmou sexta-feira à Folha.
Os secretários da Cultura e do
Turismo, João Plutarco Rodrigues
de Lima, e das Finanças e dos Recursos Humanos, Álvaro César
Iglesias, devem seguir o mesmo caminho do ex-secretário de Obras e
Serviços Públicos Carlos Augusto
Santoro e pedir demissão.
Além disso, Cruz vai enfrentar
uma batalha jurídica para regularizar a obra na praça Antonio Pompeo, além de uma possível greve
dos servidores.
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