Campinas, Domingo, 9 de maio de 1999

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Cruz rejeitaria votar na chapa Chico-Cruz se eleição fosse hoje

GUSTAVO PORTO
free-lance para a Folha Campinas

Se a eleição em Campinas fosse hoje, o prefeito Francisco Amaral (PPB) e seu vice, Carlos Cruz (PMDB), perderiam pelo menos um dos 261.370 votos com os quais se elegeram em 96. Cruz, que ocupa o cargo de prefeito em exercício, afirmou, em entrevista à Folha, que, hoje, não votaria em Chico nem receberia seu próprio voto.
Vivendo o pior momento político e econômico em pouco mais de dois anos de governo, e justamente quando Chico está em viagem na Alemanha, Cruz admite que o governo está inviabilizado.
Segundo o prefeito em exercício, só o "trabalho e uma ação" viabilizariam esse governo para que o prefeito tentasse uma reeleição, em outubro do ano 2000.
Ao mesmo tempo, Cruz anunciou que é pré-candidato a prefeito, caso Chico não queira tentar a reeleição em 2000.
"Eu tenho clareza do que está acontecendo na Prefeitura de Campinas. Há uma total impossibilidade hoje de se fazer aquilo que a cidade está precisando", disse.
Segundo Cruz, apesar de o prefeito estar saneando as finanças, outros setores carentes estão sem resposta do Executivo. "O Chico não está podendo fazer, porque não tem dinheiro", afirmou o prefeito em exercício.
Questionado sobre a consequência de, em um ano, a prefeitura não conseguir sair da crise, investir em obras e se viabilizar politicamente, Cruz afirmou que o "processo político tem uma característica quilometricamente distante do processo eleitoral."
"O processo político acontece no campo da razão e o eleitoral, no campo da emoção. Dizer hoje que o Chico não tem chance de se reeleger é precipitado, pois o contexto nacional na eleição vai ser diferente", afirmou.
Segundo o prefeito em exercício, "o governo Chico Amaral não é um bloco monolítico e não existe uma harmonia absoluta. Existem tendências, existem grupos. Isso não é uma novidade no governo."

Mais crise
A próxima semana de Cruz no governo promete ser mais conturbada do que a primeira, segundo ele afirmou sexta-feira à Folha.
Os secretários da Cultura e do Turismo, João Plutarco Rodrigues de Lima, e das Finanças e dos Recursos Humanos, Álvaro César Iglesias, devem seguir o mesmo caminho do ex-secretário de Obras e Serviços Públicos Carlos Augusto Santoro e pedir demissão.
Além disso, Cruz vai enfrentar uma batalha jurídica para regularizar a obra na praça Antonio Pompeo, além de uma possível greve dos servidores.



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