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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Secretários das Finanças e da Cultura estariam desgastados e insatisfeitos
Mais dois podem deixar o governo
LUCIANA FINAZZI
da Folha Campinas
A crise política desencadeada na
Prefeitura de Campinas com a exoneração do secretário de Obras e
Serviços Públicos Carlos Santoro
pode culminar esta semana na demissão de outros dois secretários.
A Folha apurou anteontem, junto a membros do primeiro escalão,
que o secretário das Finanças e dos
Recursos Humanos, Álvaro César
Iglesias, e o secretário da Cultura,
João Plutarco Rodrigues de Lima,
podem entregar um pedido de demissão ao prefeito em exercício,
Carlos Cruz (PMDB), antes do prefeito Francisco Amaral (PPB) voltar da Alemanha.
Ambos estariam insatisfeitos e
desgastados com os atos de Cruz.
A greve dos servidores, a suspensão judicial do decreto de Chico
que corta os benefícios dos servidores municipais e a liminar que
determinou a reconstrução do trecho da rua Barão de Jaguara, que
estava sendo transformado em calçadão, são os principais motivos
da "dança das cadeiras" que estaria ocorrendo na Prefeitura de
Campinas.
Santoro pediu demissão após
uma tensa reunião ocorrida na tarde de anteontem.
O prefeito em exercício cobrou o
secretário por não o ter alertado
das irregularidades em iniciar as
obras nas praças Antonio Pompeo
e Bento Quirino. Em razão do erro,
Cruz teve de obedecer uma determinação judicial e suspender as
obras.
O Ministério Público de Campinas impetrou uma ação anteontem
devido à falta de aprovação do projeto de reconstrução da praça Antonio Pompeo pelo Condepacc
(Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas), apesar
de ter sido elaborado pela própria
coordenadora do CPC (Coordenadoria do Patrimônio Cultural), a
arquiteta Ana Villanueva. O secretário de Cultura é o presidente do
órgão.
Segundo políticos ligados a Lima, antes da reunião com Cruz, o
secretário da Cultura já teria a intenção de entregar sua carta de demissão. A Folha tentou falar com
Lima, mas não conseguiu localizá-lo após a reunião.
Já o secretário das Finanças teria
se sentido mal por ter deixado de
"economizar" cerca de R$ 400 mil
por dia devido à suspensão do decreto que extingue os benefícios
dos servidores e determina o corte
de 30% no número de funcionários comissionados da prefeitura.
Ele se desentendeu com Cruz
porque queria cortar os benefícios
em razão da crise financeira.
Iglesias teria se desgastado em
razão da greve do funcionalismo,
da atitude de Cruz em não manter
os cortes dos benefícios já aplicados, e da retirada dos projetos de
lei da Câmara que colocariam em
prática mais cortes. A Folha tentou
falar ontem com Iglesias, mas não
o encontrou.
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