Campinas, Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

EDUCAÇÃO
Alunos são considerados inadimplentes por questionar aumento de mensalidade na Justiça; outras 247 ações são analisadas
Liminar garante matrícula a 53 na PUC

free-lance para Folha Campinas

Um grupo de 53 alunos da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica) obteve ontem liminares na Justiça garantindo o direito à matrícula para este ano letivo.
Os estudantes estavam impedidos de fazer suas inscrições porque estão depositando as mensalidades em juízo e por isso eram considerados inadimplentes pela universidade.
Até o final da tarde de ontem, a universidade não havia sido notificada da decisão, segundo a assessoria de imprensa.
A universidade informou que vai tentar a cassação das liminares.
A PUC-Campinas não informou o número de alunos que ela considera inadimplentes.
A universidade tem 18 mil alunos na graduação e cerca de 1.100 na pós-graduação.
Os alunos questionam na Justiça um aumento nas mensalidades de 18% ocorrido em abril do ano passado por meio de ação movida pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes).
Ao todo, 300 alunos estão depositando o valor das mensalidades sem o reajuste na Justiça desde abril, segundo o DCE.
O coordenador do DCE, Mário Tácito, disse que a PUC achou uma forma de pressionar os alunos para que não houvesse questionamento dos valores das mensalidades.
Até as 16h de ontem, somente três conseguiram efetuar as matrículas.
"As liminares estão saindo uma a uma" afirmou o coordenador do DCE.
A estudante do 3º ano de psicologia, Patrícia Martins, 21, disse que está depositando na Justiça o valor da mensalidade porque acha que a qualidade do curso não é condizente com o preço.
Ela conseguiu liminar na Justiça para fazer a matrícula.
Há cinco anos, a mensalidade do curso de psicologia custava R$ 400. Hoje está em R$ 850. Patrícia paga R$ 620 em juízo.

Outro lado
A assessoria de imprensa da PUC-Campinas disse que até o final do expediente, às 17h, a universidade não tinha sido oficiada pela Justiça das liminares obtidas pelos alunos.
A assessoria de imprensa também informou que a universidade só não fazia as matrículas desses alunos porque eles não negociaram suas dívidas.
Segundo a assessoria, os alunos que não puderam fazer as matrículas foram avisados por carta e não têm como alegar que não tinham conhecimento das dívidas.
Ainda segundo a assessoria, o departamento jurídico da universidade vai analisar a possibilidade de cassação das liminares.



Texto Anterior: Líder critica corte de luz do prédio
Próximo Texto: Crime organizado: CPI divide o Estado em nove "focos"
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.