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CRIME ORGANIZADO
Análise de extratos bancários, telefônicos e declarações de renda de 150 pessoas começaram
CPI divide o Estado em nove "focos"
MAURÍCIO SIMIONATO
da Folha Campinas
A CPI do Narcotráfico traçou
ontem um mapa de nove principais focos de atuação do crime organizado no Estado. A região de
Campinas aparece ligada a outros
dois pontos do narcotráfico.
O mapa foi elaborado pelos deputados para auxiliar na análise
de extratos bancários, telefônicos
e declarações de renda de pelo
menos 150 pessoas em todo o Estado. Os trabalhos de análise começaram ontem.
A CPI calcula que cada uma das
nove macrorregiões do crime organizado traçadas no mapa possuem entre 200 e 300 integrantes.
As regiões de investigação da
CPI são: Marília/Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São Carlos/Araraquara, Araçatuba, Sorocaba, Atibaia/Campinas, São José
dos Campos/Campinas, São Paulo/Grande São Paulo/Guarujá/
Santos e Campinas.
A região de Campinas aparece
três vezes na divisão das regiões
do narcotráfico porque quadrilhas da cidade teriam ligações
com Atibaia e com São José dos
Campos.
Campinas é apontada pela CPI
como um dos principais centros
do crime organizado no país. O
empresário da cidade William
Walder Sozza, que está foragido, é
uma das pessoas mais procuradas
pela comissão.
No caso de Atibaia, os deputados encontraram indícios de que
os aeroportos da cidade e de
Campinas serviam de ponto para
o tráfico de drogas, armas e aeronaves roubadas.
Já a ligação de Campinas com
São José dos Campos seria entre
quadrilhas especializadas no roubo de cargas.
""Temos informações confirmadas que envolvem comerciantes
de São José dos Campos na compra das cargas roubadas, além de
donos de concessionárias de veículos", disse o sub-relator da CPI
no Estado, deputado Celso Russomano (PPB-SP).
O deputado preferiu não revelar
por enquanto os nomes desses
comerciantes e empresários envolvidos.
De acordo com a comissão, a separação dos focos do crime organizado vai ajudar na organização
das informações.
Os deputados da CPI do Narcotráfico vão pedir hoje o auxílio da
CPI na Assembléia Legislativa de
São Paulo para apurar as documentações proveniente da quebra
dos sigilos bancários.
De acordo com o presidente da
CPI na Assembléia, deputado Dimas Ramalho (PPS), a comissão
estadual vai usar as informações
já coletadas pelos deputados federais para aprofundar mais as apurações no Estado.
As análises dos documentos
também serão divididas com o
Ministério Público e com a Polícia
Federal.
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