Campinas, Sexta-feira, 14 de Julho de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CAMPINAS, 226
Nos anos 70 e 80, o aumento da população foi maior que o país, mas, a partir de 90, o índice ficou quase igual
Ritmo de crescimento da população cai

RICARDO BRANDT
DA FOLHA CAMPINAS

Depois de uma década de crescimento populacional acima da média brasileira, Campinas entrou nos anos 90 com índices estabilizados, acompanhando a taxa nacional.
O Brasil teve um crescimento de 1,38%, em média a cada ano, entre 91 e 96. Em Campinas, o crescimento foi de 1,43%.
Entre os anos 70 e 80, enquanto o país registrava um crescimento populacional de 2,48% ao ano, Campinas apresentava uma taxa de 5,86%.
A taxa de crescimento da população no município caiu 74,1% da década de 60 até o ano de 96, enquanto no Brasil a queda foi de 50% no mesmo período.
Os números são do mais recente Sumário de Dados da População de Campinas e Região, realizado pela Secretaria Municipal do Planejamento, há dois anos.
A coordenadora-geral do sumário e coordenadora adjunta do Nepo (Núcleo de Estudos Populacionais), Rosana Baeninger, atribui a queda nas taxas de crescimento ao menor índice de natalidade e também à redução da migração.
Segundo a pesquisadora, as décadas de 80 e 90 marcaram uma reversão no quadro de crescimento da população de Campinas em relação à região e ao Estado.

"Capital do interior"
Na década de 70, a população de Campinas (375.864) representava 55,2% do total de moradores dos 18 municípios que compõe a Região Metropolitana.
Em 96, o número de habitantes do município (908.906) correspondia a 43,39% do total da mesma região (2.094.596).
"No contexto das migrações interestaduais, Campinas passou a dividir a cena com as cidades do entorno da região", disse Rosana.
Apesar de ser um dos maiores pólos industriais e tecnológicos do Estado, Campinas registra ainda um alto índice de desigualdade social.
Pesquisa feita pela Secretaria da Habitação de Campinas, divulgada no ano passado, aponta que 157.648 pessoas moram em condições subumanas na cidade.
O número equivale a 16,76% da população de Campinas.
Considerada a "capital do interior" na década de 70, Campinas registrou altos índices de crescimento no período, principalmente por causa das migrações.
Dos 288.695 novos habitantes de Campinas entre os anos de 70 e 80, mais da metade (188.596) é composta de pessoas que migaram para a cidade.
Entre os anos de 91 e 96, dos 61.311 novos habitantes, somente 9.890 são migrantes.


Texto Anterior: Aniversário: Aos 226 anos, Campinas chega a metrópole
Próximo Texto: Abismo separa extremos da escala
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.