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CAMPINAS, 226
Nos anos 70 e 80, o aumento da população foi maior que o país, mas, a partir de 90, o índice ficou quase igual
Ritmo de crescimento da população cai
RICARDO BRANDT
DA FOLHA CAMPINAS
Depois de uma década de crescimento populacional acima da
média brasileira, Campinas entrou nos anos 90 com índices estabilizados, acompanhando a taxa
nacional.
O Brasil teve um crescimento de
1,38%, em média a cada ano, entre
91 e 96. Em Campinas, o crescimento foi de 1,43%.
Entre os anos 70 e 80, enquanto
o país registrava um crescimento
populacional de 2,48% ao ano,
Campinas apresentava uma taxa
de 5,86%.
A taxa de crescimento da população no município caiu 74,1% da
década de 60 até o ano de 96, enquanto no Brasil a queda foi de
50% no mesmo período.
Os números são do mais recente
Sumário de Dados da População
de Campinas e Região, realizado
pela Secretaria Municipal do Planejamento, há dois anos.
A coordenadora-geral do sumário e coordenadora adjunta do
Nepo (Núcleo de Estudos Populacionais), Rosana Baeninger, atribui a queda nas taxas de crescimento ao menor índice de natalidade e também à redução da migração.
Segundo a pesquisadora, as décadas de 80 e 90 marcaram uma
reversão no quadro de crescimento da população de Campinas em
relação à região e ao Estado.
"Capital do interior"
Na década de 70, a população de
Campinas (375.864) representava
55,2% do total de moradores dos
18 municípios que compõe a Região Metropolitana.
Em 96, o número de habitantes
do município (908.906) correspondia a 43,39% do total da mesma região (2.094.596).
"No contexto das migrações interestaduais, Campinas passou a
dividir a cena com as cidades do
entorno da região", disse Rosana.
Apesar de ser um dos maiores
pólos industriais e tecnológicos
do Estado, Campinas registra ainda um alto índice de desigualdade
social.
Pesquisa feita pela Secretaria da
Habitação de Campinas, divulgada no ano passado, aponta que
157.648 pessoas moram em condições subumanas na cidade.
O número equivale a 16,76% da
população de Campinas.
Considerada a "capital do interior" na década de 70, Campinas
registrou altos índices de crescimento no período, principalmente por causa das migrações.
Dos 288.695 novos habitantes
de Campinas entre os anos de 70 e
80, mais da metade (188.596) é
composta de pessoas que migaram para a cidade.
Entre os anos de 91 e 96, dos
61.311 novos habitantes, somente
9.890 são migrantes.
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