Campinas, Segunda-feira, 15 de Janeiro de 2001

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Falta programa específico

DA FOLHA CAMPINAS

A Secretaria Municipal da Assistência Social não mantém um programa específico para dependentes de substâncias psicoativas, afirma a assessora da pasta e conselheira dos direitos da criança e do adolescente, Antônia Miranda.
De acordo com Antônia, os casos são encaminhados ao CMDCA (Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente) e para o Conselho Tutelar.
O CMDCA é responsável pela elaboração de políticas públicas destinadas ao cuidado da criança e do adolescente.
Antônia disse que o conselho já levantou a questão sobre o consumo de drogas entre adolescentes para encaminhar à secretaria.
"Assumimos só há dez dias. Com certeza, a secretaria terá ações direcionadas ao adolescente envolvido com substâncias psicoativas", disse Antônia.
Segundo a assessora, o Conselho de Direitos tem cadastrados quatro instituições responsáveis pelo atendimento de crianças e adolescentes -três são voltadas para a recuperação de dependentes químicos.
No ano passado, a prefeitura destinou R$ 45,3 mil para três entidades, cuja finalidade é tratar dependentes.
Do total investido, R$ 12 mil foram destinados à Associação Promocional Oração e Trabalho, que atende cerca de 40 adolescentes, entre 12 e 18 anos, R$ 12 mil para o Centro Assistencial Cristo Te Ama, com o mesmo perfil, e, R$ 21 mil para o Instituto Souza Novaes, que tem 70 vagas.
A Folha não conseguiu localizar a presidência do Conselho Tutelar para falar sobre o consumo de drogas entre adolescentes.

Recuperação
"A recuperação de adolescentes é muito mais difícil. O fato de serem adolescentes já complica", disse a diretora do Instituto Souza Novaes, Jane Haes.
Para ela, faltam políticas públicas contínuas de prevenção.
Segundo Jane, apesar de receber ajuda financeira da prefeitura, o Instituto recorre à ajuda de terceiros para manter as 40 pessoas internadas atualmente.
"Os internos também trabalham e ajudam para manter o Instituto", disse Jane.
Segundo ela, o trabalho faz parte do processo de recuperação, uma vez que impõe responsabilidade aos dependentes químicos.
"Se eles não conseguem trabalho remunerado, trabalham como voluntários", afirmou.
O Souza Novaes mantém duas casas, uma para mulheres e outra para homens.
De acordo com Jane, do total de pacientes, 53% (21) têm entre 18 e 30 anos, 25% (10) está entre 13 e 18 anos e 18% (9) têm entre 30 e 60 anos.
A Folha não conseguiu localizar a diretoria do Centro Assistencial Cristo Te Ama para falar sobre a recuperação de dependentes químicos.



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