Campinas, Sexta-feira, 16 de Junho de 2000


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Gatti leva 2 meses para normalizar

Ricardo Lima/Folha Imagem
Paciente é retirado de carro para receber atendimento no PS do Hospital Municipal Mário Gatti, na tarde de ontem em Campinas


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O Hospital Municipal Mário Gatti vai levar dois meses para conseguir normalizar os atendimentos suspensos por causa da greve dos servidores públicos municipais de Campinas encerrada anteontem.
A informação é da assessoria de imprensa do hospital.
A greve deixou um saldo de 5.200 pacientes sem atendimento nos ambulatórios do hospital. Pelo menos 180 cirurgias terão que ser reagendadas.
A paralisação, que durou 27 dias, afetou 50% do hospital que se restringiu aos atendimentos de urgência e emergência.
A diretoria do Mário Gatti estuda fazer um mutirão nos fins-de-semana para atender aos pacientes que foram "excluídos" durante o período de paralisação.
Segundo informou a assessoria de imprensa do hospital, as cirurgias que normalmente são realizadas de segunda a sexta-feira, vão ser realizadas também aos sábados e domingos.
As medidas para amenizar os transtornos causados pela greve começam a ser tomadas a partir da próxima segunda-feira.
O número de pacientes atendidos no PS (Pronto-Socorro) deve superar em 300 a média de 500 atendimentos diários, segundo cálculos do hospital.
No primeiro dia sem greve, a procura pelo PS do Mário Gatti dobrou. Até às 15h de ontem, 205 pacientes passaram pelo PS adulto e 100 no PS infantil.
Essa média costumava oscilar entre 90 e 100 atendimentos, durante a greve. A paralisação deixou em crise a saúde pública.
Além do Mário Gatti, a greve afetou as 60 unidades de saúde da cidade e o HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). Pelo menos 4.500 pacientes deixaram de ser atendidos por dia na cidade.
O prefeito Francisco Amaral (PPB) chegou a decretar estado de calamidade pública. A Secretaria Municipal da Saúde celebrou convênio com quatro hospitais particulares para atender pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
A Secretaria Municipal da Saúde deve terminar hoje um levantamento nas unidades de saúde, para decidir se revoga o estado de calamidade pública no setor.
A greve que terminou anteontem também afetou o setor da educação. No auge da paralisação, 44 mil das 63 mil alunos da rede pública municipal ficaram sem aula. A Secretaria Municipal da Educação informou, por meio de sua assessoria, que estuda uma maneira de repor as aulas.
Pelo acordo que determinou o fim da greve anteontem, os funcionários terão reajuste de 10, 01%, garantia de renda mínima de R$ 570 e aumento no vale-refeição de R$ 132 para R$ 150.


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