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ECONOMIA
Empresa fornecedora de autopeças da GM não comenta assunto; informação é do sindicato dos metalúrgicos
Delphi fecha e demite 523 em Jaguariúna
REBECA PAROLI
free-lance para a Folha Campinas
A Delphi Packard Electric, fornecedora da General Motors de Jaguariúna (29 km de Campinas),
demitiu 523 funcionários.
As informações são do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos
de Jaguariúna e Região, Edson
Cardoso de Sá.
Ele disse que a empresa encerrou
as atividades no município e dispensou os funcionários ontem à
tarde.
A empresa fabricava "chicotes"
para o sistema elétrico dos carros
fabricados pela GM.
De acordo com o sindicalista, a
alegação da empresa é que a GM
acabou com os pedidos das montadoras de São Caetano do Sul e de
São José dos Campos. Com isso, a
produção na Delphi caiu.
"A produção diminuiu nessas
unidades da GM e, como a empresa de Jaguariúna atendia às fábricas, a Delphi disse que ficou sem
clientes", afirmou.
Segundo Sá, a Delphi estava instalada no município desde 1994 e
chegou a ter 700 funcionários durante sua permanência na cidade.
Somente este ano, de acordo com o
sindicalista, ocorreram várias demissões na empresa.
O número de dispensas durante
o ano chega a 177.
As demissões de ontem foram
consideradas uma "surpresa" para
o sindicato, que pretende se reunir
hoje com o departamento pessoal
da empresa para negociar as rescisões dos contratos de trabalho.
O sindicato informou que a primeira dispensa ocorreu às 13h de
ontem, entre os funcionários do
primeiro turno.
A segunda dispensa, segundo o
presidente do sindicato, aconteceu
às 16h, com os funcionários que
trabalhavam no segundo turno.
De acordo com Sá, deve haver casos de estabilidade entre os trabalhadores demitidos. "Verificaremos todos, um a um", afirmou.
Outro lado
A Folha procurou ontem a a assessoria de imprensa da Delphi em
São Paulo.
A assessoria não respondeu sobre as demissões e informou que
mantém reuniões com o sindicato
como um procedimento de negócios.
"Sobre suas operações em Jaguariúna, a Delphi Packard Electric
esclarece que mantém reuniões
com o sindicato que representa
seus trabalhadores como um procedimento normal de negócios,
não tendo nada a ser comunicado
a respeito", informou a assessoria
por fax.
De acordo com o sindicato dos
metalúrgicos, há vários meses havia forte boato dentro da própria
empresa sobre a paralisação das
suas atividades.
O sindicato, que se reuniu algumas vezes durante o ano com a direção da fábrica, informou que os
boatos sempre eram negados.
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