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POLÍTICA
Representantes dos metalúrgicos de Campinas, São José dos Campos e Limeira se negam a apoiar ato
CUT "racha" apoio à campanha da Fiesp
da Folha Campinas
O apoio de alguns dirigentes da
CUT (Central Única dos Trabalhadores) ao "Pacto pelo Emprego",
que será lançado na próxima segunda-feira pela Fiesp (Federação
das Indústrias do Estado de São
Paulo), deve provocar um "racha"
interno na entidade.
Representantes dos sindicatos
dos metalúrgicos de Campinas e
Região, São José dos Campos e de
Limeira estiveram reunidos ontem
em Campinas e decidiram não
comparecer ao ato e condenar a
participação de qualquer dirigente
da CUT na reunião de lançamento
do pacto.
As três entidades, juntas, representam 82 mil trabalhadores.
De acordo com os sindicalistas,
alguns dirigentes da CUT aceitaram participar do pacto.
José Maria de Almeida, 41, diretor da Executiva nacional da CUT,
disse que a responsabilidade pelo
desemprego no país é do presidente da República, Fernando Henrique Cardoso (PSDB), e dos empresários, que pensam somente em
obter lucro.
Almeida afirmou que os sindicatos devem concentrar seus esforços na organização da luta contra
as demissões, com a mobilização
dos trabalhadores, sem participação dos empresários.
O sindicalista Eliezer Mariano da
Cunha, 47, diretor do Sindicato
dos Metalúrgicos de Campinas,
disse que lamenta que dirigentes
sindicais, conscientes da força de
pressão dos trabalhadores, deixem
ser utilizados em manobras de empresários.
Cunha disse que os sindicatos
devem pressionar o governo para
que haja redução da jornada de
trabalho, sem redução de salários,
reforma agrária e suspensão do
pagamento da dívida externa, para
que os recursos sejam aplicados na
geração de empregos no país.
José Maria de Almeida disse que,
em 1994, os sindicatos se uniram à
Fiesp na campanha "Brasil Cai na
Real", que favoreceu empresários,
e não os trabalhadores, que continuaram a ser demitidos.
Uma outra campanha citada por
Almeida foi a da "Jornada Flexível", em 96, que também não conseguiu garantir o emprego.
Convenção Coletiva
Outro problema discutido ontem entre os sindicalistas foi o impasse nas campanhas salariais promovidas este ano.
Os sindicatos rejeitam a possibilidade de serem incluídas no acordo coletivo cláusulas como a que
cria um banco de horas.
Os sindicatos contrários à Fiesp
vão realizar panfletagens.
A Folha tentou falar com os dirigentes da CUT ontem, mas não obteve resposta.
O telefone celular de Vicente
Paulo da Silva, o Vicentinho, presidente nacional da CUT, estava
com a caixa postal cheia.
Ele estaria em Brasília (DF).
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