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ADMINISTRAÇÃO 2
CEI do IPTU, criada em 97, foi arquivada após diretor negar suas declarações de superfaturamento
Vereadores descartaram suspeita em 97
free-lance para a Folha Campinas
A Câmara de
Campinas, que
investiga, por
meio de uma
CEI (Comissão
Especial de Inquérito), irregularidades no
processo de revisão do IPTU na cidade, já investigou, em 97, possíveis irregularidades na cobrança
do imposto. A apuração comprovou que as suspeitas eram improcedentes.
A CEI foi criada após as declarações do ex-diretor do DRI (Departamento de Receitas Imobiliárias)
José Henrique Figueiredo, feitas
em uma audiência pública na Câmara. Na época, Figueiredo, que
morreu este ano, disse que a prefeitura teria superfaturado o imposto para poder cobrir rombos
com a arrecadação.
"A gente lançava o imposto acima do que ele valia. Se colar, colou", disse Figueiredo em 97. A CEI
foi aberta e Figueiredo negou as
declarações, alegando que foi mal
interpretado. A investigação terminou comprovando que não
houve o superfaturamento na
emissão do IPTU.
"A CEI foi esvaziada pela própria
negação, por parte do depoente,
das denúncias e depois pela comprovação do IPTU regular", afirmou o vereador Romeu Santini
(PFL), que presidiu a comissão.
Outras
Cada uma das outras CEIs teve
um resultado diferente. (veja quadro ao lado).
O mais curioso ocorreu na CEI
da Educação, criada para apurar a
falta de vagas nas escolas de Campinas. No relatório final foi citado
que vários depoentes simplesmente se ausentaram quando foram
convocados, embora a CEI tivesse
poderes para obrigar a convocação.
Com as falhas e com a falta de
conclusão da comissão, os vereadores optaram por rejeitá-la para
que outras comissões criadas não
caíssem em descrédito.
"Eu não entendi qual foi o problema para a rejeição do relatório
da CEI presidida por mim. Os culpados foram apontados e tudo foi
jogado no lixo com o arquivamento do processo", afirmou Roberto
Frati (sem partido).
A CEI da Violência, criada em 97,
foi marcada por um "racha" entre
seus integrantes. O então relator,
João Dirani Júnior (PRP), chegou a
propor a colocação do Exército nas
ruas e ainda tentou apresentar
projetos rejeitados de sua autoria
como se fossem da CEI.
Já a CEI das Permissionárias,
criada para apurar uma dívida entre a prefeitura e as empresas do
transporte coletivo, terminou com
a sugestão de uma abertura nas
concessões do transporte coletivo
e ainda uma denúncia de superfaturamento nas planilhas e passagens.
Até hoje não houve a abertura
nas concessões e o preço da passagem não baixou.
Três CEIs, a dos Títulos Públicos,
a dos Funcionários Fantasmas e
uma nova da Violência sequer chegaram a existir.
Duas CEIs, a da NPP (Nutrição
Parenteral Prolongada), criada
após a morte de nove recém-nascidos em Campinas que ingeriram o
medicamento da Tecnopharma
em março de 97, e da Água, criada
para apurar a responsabilidade pelo mau cheiro na água captada na
mesma época, apontaram possíveis responsáveis, mas ninguém
foi punido. Na CEI da Água, Sanasa e Cetesb foram apontadas como
responsáveis e, na da NPP, a Tecnopharma.
Essa última CEI terminou com
uma lei que regulamenta o comércio de NPP. Na CEI da Água, uma
estação para a análise diária do líquido foi pedida e construída pela
prefeitura e, segundo ela, os problemas não voltaram a ocorrer.
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