Campinas, Domingo, 27 de dezembro de 1998

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ADMINISTRAÇÃO 2
Em 18 anos, fundação de assistência constrói 368 moradias; prefeito prega qualidade de vida
Favela contraria "qualidade" em Jundiaí

REBECA PAROLI
free-lance para a Folha Campinas

A existência de 18 favelas em Jundiaí (36 km de Campinas) contraria a "qualidade de vida" da administração do prefeito Miguel Haddad (PSDB), usada como marketing pelo tucano na cidade para mostrar as realizações desde que assumiu, em 1996.
Apesar de todos os investimentos realizados por Haddad (PSDB), a estimativa é que existam 10 mil casas em favelas em Jundiaí, que tem 300 mil habitantes. Segundo a assessoria de imprensa da prefeitura, no Jardim Fepasa já foram entregues também outras 30 casas. Em 18 anos de existência, a Fumas (Fundação Municipal de Ação Social) construiu, ao todo, 368 moradias.
De acordo com a assessoria, a Fumas está construindo 551 unidades habitacionais e reurbanizando núcleos de submoradia do Jardim Fepasa, da Vila Esperança e da Vila Maringá, que são algumas das favelas do município.
Somente na Vila Esperança, são 106 moradias feitas em parceria com a CEF (Caixa Econômica Federal) pelo projeto "Pró-moradia". No Jardim Fepasa, há 251 casas em construção e outras cem estão sendo reformadas.
Para o vereador Durval Orlato (PT), falta uma política de "desfavelamento" no município. "O plano de governo (elaborado em 96), com 750 mil novas moradias ao todo, não atinge nem 10% do necessário", afirmou.
Segundo ele, há muita propaganda na administração. Em uma cartilha impressa por Haddad sobre o balanço da administração entre 97 e 98, o prefeito diz, em um texto de apresentação, que Jundiaí precisa manter a "qualidade de vida".
A prefeitura inaugurou uma ETE (Estação de Tratamento de Esgoto) com capacidade para tratar o esgoto de todo o município. "As taxas de água e esgoto foram reajustadas, o IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e as tarifas da prefeitura também", disse.
No balanço da prefeitura, é apresentada uma série de investimentos como a construção de uma termoelétrica de US$ 400 milhões.
Em dois anos, foram criados 6.689 novos empregos (4.010 em 97 e 2.068 em 98).
O município ganhou lombadas eletrônicas e equipamento fotográfico contra avanço em semáforos para tentar controlar e melhorar o trânsito. Ao todo, oito equipamentos já estão funcionando e outros 14 estão sendo instalados.
A prefeitura também municipalizou a Educação. Segundo a assessoria, os salários dos professores aumentaram e 200 educadores foram contratados.
A Folha tentou durante dois dias conversar com o prefeito Miguel Haddad, fez contato com sua assessoria e no Gabinete, mas ele não pode atender a reportagem.



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