|
Próximo Texto | Índice
ADMINISTRAÇÃO
Câmara investiga destino do fundo de reserva e do patrimônio do SPS
Previdência de servidores tem rombo de R$ 122 mi em Campinas
GUSTAVO PORTO
da Folha Campinas
O rombo no SPS (Sistema Previdenciário do Servidor) da Prefeitura de Campinas chega a pelo
menos R$ 122,2 milhões desde a
criação do órgão, em 95.
Naquela época, o patrimônio do
então IPMC (Instituto de Previdência do Município de Campinas) era de R$ 123 milhões.
Hoje, segundo dados da prefeitura, existem cerca de R$ 800 mil
no caixa do SPS. O IPMC era um
instituto de previdência independente da prefeitura e, com a sua
transformação em SPS, foi anexado ao Executivo.
Imediatamente após se tornar
um órgão da prefeitura, a dívida
de R$ 18 milhões que a administração tinha com o IPMC foi extinta.
O fundo de reserva do SPS, que
era de R$ 30 milhões em 95, foi
sendo utilizado pela prefeitura
para cobrir déficits no orçamento
e devolvido até dezembro de 98,
quando o dinheiro não foi mais
repassado ao sistema.
Imóveis
O patrimônio imobiliário de R$
75 milhões do antigo IPMC, correspondente a 35 imóveis em
Campinas, se resume hoje a duas
salas no edifício Guernelli.
O patrimônio seria hoje de responsabilidade da Secretaria da
Administração. O titular da Pasta,
Jerônymo Nazário Júnior, procurado na tarde de ontem pela Folha, não foi localizado.
Desde junho, o SPS, que ainda
tinha estrutura própria, passou a
ser uma diretoria da Secretaria
das Finanças. A atual diretora do
órgão, Márcia Ungarette, afirmou
ontem desconhecer o destino do
patrimônio do SPS.
Ela prestou depoimento à CEI
(Comissão Especial de Inquérito)
que investiga possíveis irregularidades nas finanças do município.
Os membros da CEI vão requerer
explicações da prefeitura.
A própria prefeitura já está licitando a contratação de uma empresa para fazer um estudo atuário da situação do SPS.
Segundo a diretora do SPS, com
a nova Lei da Previdência e com a
emenda constitucional nº 20, o estudo será necessário para que o
órgão passe a ser de novo independente do Executivo.
"A prefeitura vai ter de optar
por ter um instituto de previdência único e independente ou ter
seus servidores contribuindo
com o INSS (Instituto Nacional
do Seguro Social)", disse.
Segundo ela, os funcionários
que já contribuem com o SPS têm
o direito adquirido e farão parte
do novo instituto de previdência
do município a partir do próximo
ano.
O novo instituto vai causar um
problema financeiro à prefeitura,
que terá de devolver o dinheiro e
o patrimônio anexado, segundo
os vereadores integrantes da CEI
das Finanças.
Contribuição
Cerca de 13 mil dos 15 mil servidores públicos municipais ativos
e 3.200 inativos contribuem atualmente hoje para o SPS. O dinheiro
é destinado à parte da folha dos
inativos, que custa R$ 5,3 milhões
por mês, já com os descontos.
O dinheiro dos servidores e outros repasses contribuem com R$
2,5 milhões. A prefeitura completa o restante e gasta R$ 2,8 milhões com o SPS, dinheiro que deveria vir dos R$ 30 milhões do
fundo de reserva do sistema.
O fundo evitaria ainda que a
prefeitura parcelasse também os
salários dos servidores inativos,
como vem ocorrendo há quatro
meses por falta de verbas.
Próximo Texto | Índice
|