Campinas, Segunda, 28 de dezembro de 1998

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PERSONAGENS
Mercado informal é opção para as mulheres

LUCY MENDEZ
free-lance para a Folha Campinas

O mercado informal é uma das opções que as campineiras desempregadas estão encontrando.
Maria Lurdes, 44, é viúva, tem quatro filhos e está desempregada há mais de cinco anos.
Quando trabalhava em uma empresa de construção civil, ela ganhava um salário mínimo (R$ 130).
Atualmente, ela vende envelopes no centro de Campinas e ganha cerca de R$ 200 mensais. "Preciso levar pelo menos o leite e o pão para os meus filhos", disse Maria, que inicia a sua jornada de trabalho às 8h e só volta para sua casa às 17h todos os dias.
A desempregada disse que procura emprego diariamente, pois prefere ter estabilidade em um trabalho fixo.
Maria afirmou que não tem dívidas porque sabe que não terá como pagá-las.
A desempregada Maria Madalena Alves, 32, também trabalhava em uma empresa de construção civil e afirmou que está sem emprego há um ano e três meses.
Divorciada e com dois filhos, Madalena faz " bicos " como manicure.
"Quando estava empregada trabalhava de cinco a seis horas por dia e ganhava R$ 1,19 por hora trabalhada", afirmou Madalena.
Atualmente, segundo afirmou, consegue receber pouco mais de um salário mínimo por mês atuando no trabalho informal.
Madalena disse que está inadimplente no comércio há cerca de três anos. Ela não revelou o valor total que deve a comerciantes.
"Não sei se vou conseguir pagar essa conta, apesar de receber uma pensão mensal de R$ 130 de meu ex-marido", afirmou.
Araildes Rodrigues da Silva, 35, trabalhava em uma fábrica de bolsas quando foi demitida. Ela disse que está desempregada há aproximadamente duas semanas.
Araildes ganhava R$ 294 por mês e afirmou acreditar que será difícil conseguir um novo emprego em Campinas, por causa do desemprego crescente na cidade.
Ivani Aparecida da Silva, 27, era auxiliar de produção em uma indústria farmacêutica e perdeu o emprego há um mês.
Ivani ganhava R$ 342 e atualmente está ajudando sua irmã, que é proprietária de uma pequena loja.
"Minha irmã está me ajudando a conseguir me manter", afirmou.
A desempregada afirmou que não tem dívidas. "Não pretendo gastar porque não tenho perspectivas de conseguir um novo emprego rapidamente", disse Ivani.



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