Campinas, Quinta, 31 de dezembro de 1998

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ADMINISTRAÇÃO
Comissão investiga irregularidade no aumento de 27,3% no valor das cestas entregues a 3.000 servidores
Sumaré suspende distribuição de cestas

free-lance para a Folha Campinas

A Prefeitura de Sumaré suspendeu, pelo menos até fevereiro, a distribuição de cestas básicas dos cerca de 3.000 funcionários, pensionistas e servidores inativos que recebiam o benefício mensalmente.
A decisão foi tomada porque uma Comissão de Sindicância, formada por funcionários públicos, analisa uma possível irregularidade no aumento de 27,3% no valor das cestas, concedido a partir de maio deste ano à prefeitura.
A assessoria de imprensa do vereador Antonio Carlos Serra (PDT), de Sumaré, informou que a irregularidade apontada está no fato de a prefeitura ter aumentado o valor da cesta sem antes fazer uma pesquisa de preço do mesmo produto em outras empresas.
Segundo ele, os vereadores alegam que em cidades próximas a Sumaré o valor pago pela cesta é bastante inferior.
No município, a cesta de alimentos saltou de R$ 31,40 para R$ 40.
A partir da suspeita, apontada no início do mês, uma Comissão de Sindicância foi formada logo em seguida. Três funcionários públicos foram nomeados pelo prefeito Dirceu Dalben (PPS) para analisar o caso e descobrir as possíveis irregularidades.
Dalben informou, por meio da assessoria de imprensa, que tomou a decisão de suspender as cestas para atender a uma solicitação da própria comissão de investigação.
Os três servidores têm até o dia 10 de fevereiro para apresentar um parecer final sobre a investigação.
Até fevereiro, a cesta básica dos 3.000 servidores beneficiados permanecerá suspensa.
A cesta, no entanto, pode voltar a ser distribuída caso seja apresentada uma decisão favorável à prefeitura e que não confirme as suspeitas.
A cesta básica de Sumaré tem 23 itens, entre eles arroz, feijão, açúcar, café, óleo, macarrão, leite em pó, farinha de trigo e de mandioca, sardinha, extrato de tomate e bolachas.
Segundo a assessoria da prefeitura, a empresa fornecedora das cestas apresentou comprovantes, em março passado, de que os preços do arroz e do feijão subiram "significativamente".
A alegação foi que houve quebra nas safras dos dois produtos, o que acarretou em um alto reajuste.
Devido à situação, a empresa fornecedora dos alimentos solicitou que houvesse um reajuste no valor das cestas, acatado por Dalben.
A assessoria informou que Dalben se baseou na lei das licitações nš 8666/93 para conceder o reajuste. A legislação fala sobre a necessidade da manutenção do equilíbrio econômico e financeiro das empresas licitadas pela prefeitura, mediante aumentos inesperados na matéria-prima.
A Folha procurou Dalben, mas ele não respondeu às ligações.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.