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TECNOLOGIA
Cientistas nos EUA e na Itália desenvolvem técnica que usa capa metálica para esconder material da luz visível
Nova técnica pode tornar objeto invisível
DA REDAÇÃO
Dois cientistas, um nos EUA,
outro na Itália, estão propondo
um método para tornar objetos
virtualmente invisíveis. Por enquanto, a técnica é apenas uma
porção de equações num pedaço
de papel, mas os cientistas acreditam que já possa funcionar pelo
menos com objetos muito pequenos, quase microscópicos. A afirmação convenceu o Departamento de Defesa dos EUA a financiar
parte da pesquisa da dupla.
Uma versão preliminar do estudo, assinada por Nader Engheta,
da Universidade da Pensilvânia, e
Andrea Alù, da Universidade de
Roma, já está disponível na internet (http://arxiv.org/abs/cond-mat/0502336) e a notícia foi primeiro reportada pelo site jornalístico da revista britânica "Nature"
(news.nature.com).
A idéia dos pesquisadores para
"esconder" um objeto é envolvê-lo numa capa feita de um metal
especialmente preparado (ouro
ou prata parecem ser adequados
para isso). A configuração dos
elétrons nos átomos desse material, uma capa metálica com pequenos furos, criaria um efeito de
vibração que equivaleria ao de
ondas de luz num determinado
comprimento de onda (dependendo do comprimento, a luz é de
um "tipo": visível, infravermelha,
ultravioleta, rádio, raios X etc.).
Quando a luz desse comprimento
específico incidisse sobre o material (chamado de plasmônico), ela
não seria rebatida, e o objeto passaria a ficar invisível.
Entretanto, os fãs de ficção científica não devem se assanhar muito: um sistema de invisibilidade
como o usado pelos romulanos
em "Jornada nas Estrelas" ainda
está longe de praticável. O sistema
proposto por Engheta e Alù só
funcionaria para objetos muito
pequenos. Coisas grandes poderiam ser escondidas apenas de
ondas cujo comprimento fosse
maior que elas mesmas -é possível, por exemplo, recobrir um ser
humano com uma capa que o torne invisível em microondas (que
têm comprimento maior), mas
detectável em luz visível.
Outro problema tem a ver com
o formato do objeto. Os cientistas
acham que será mais fácil esconder cilindros e esferas do que peças com forma altamente irregular, como aviões e naves espaciais.
Os pesquisadores apostam que
o sistema será mais útil para esconder objetos minúsculos mesmo. Por exemplo, eles citam aplicações microscópicas, em que
uma sonda é introduzida num
objeto que se quer visualizar, como por exemplo uma célula viva,
mas é tornada invisível para impedir que sua presença interfira
com a imagem do microscópio.
Mesmo para isso, seriam precisos pelo menos mais cinco anos
de pesquisa, segundo Engheta,
em entrevista ao site LiveScience
(www.livescience.com).
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