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Debate sobre clima recomeça alterado por Obama e crise
EUA voltam à negociação do tratado sobre aquecimento global, mas momento econômico ruim ameaça objetivos
Conferência global começa hoje na Polônia com União Européia dividida e China condicionando metas a uma ajuda financeira maciça
Pawel Kopczynski/Reuters
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Funcionário organiza as mesas do auditório principal da conferência de Pozman, na Polônia
DA REDAÇÃO
Uma mistura de pessimismo
econômico e otimismo político
deve pautar a 14ª Conferência
do Clima da ONU em Poznan,
na Polônia, que começa hoje.
O encontro é o início da negociação do regime de combate
ao aquecimento global que sucederá o Protocolo de Kyoto,
válido até 2012. Como pano de
fundo, há uma crise global que
deverá encarecer as medidas
para reduzir a emissão de gases
do efeito estufa. Por outro lado,
os Estados Unidos -país que
não ratificou o tratado de Kyoto e vinha sendo o principal entrave diplomático no debate-
sinalizam com mudanças, após
o presidente eleito Barrack
Obama tomar posse.
"A América está de volta",
afirma o senador democrata
John Kerry, que deve participar do encontro de Poznan como um dos observadores que
produzirão um relatório para
Obama. "Após oito anos de obstrução, atraso e negação, os
EUA voltam a se juntar à comunidade mundial para lidar com
esse desafio global."
A idéia em Poznam é lançar
as bases para concluir o novo
acordo do clima no fim de
2009, num encontro em Copenhague (Dinamarca).
Os entraves econômicos para
a negociação, porém, não serão
poucos. Um relatório do Secretariado da ONU para Mudança
Climática feito no ano passado
estimou que o custo de cortar
em um quarto as emissões de
gases estufa até 2030 seria de
US$ 200 bilhões por ano. O documento foi revisto recentemente -após a crise financeira
global- e o preço foi reajustado
para um valor 170% maior.
A crise já está atrapalhando
debates internos na União Européia. Países que dependem
muito do carvão como fonte de
energia, como Polônia e Itália,
já pressionam a UE para mudar
alguns pontos de seu plano de
metas até 2020, que seria deixar as emissões do bloco 20%
menores do que eram em 1990.
A economia também pode se
tornar um fator adicional na
pressão sobre países em desenvolvimento que ficaram desobrigados de assumir metas de
redução de emissões no Protocolo de Kyoto. O discurso de
resposta de nações como a China, porém, será pedir mais dinheiro. O governo chinês defende que os países ricas concedam às pobres uma ajuda financeira que represente 0,7%
de seu produto interno bruto.
Espera-se que cerca de 9.000
pessoas participem do encontro de Poznan, entre integrantes de governos, pesquisadores,
industriais e representantes de
ONGs ambientais. As sessões
da conferência com integrantes
de alto escalão dos governos estão marcadas para os dias 11 e
12. Até 150 ministros de meio
ambiente devem comparecer.
Com agências internacionais
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