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ACS aposta em lançamento "barateiro"
DA REPORTAGEM LOCAL
Com posição privilegiada
para sua plataforma de lançamentos, a ACS espera ganhar espaço no mercado de
lançamento de satélites ao
baratear o custo das missões.
Alcântara está só 2,2 ao
sul do equador, e a empresa
prevê que isso permitirá gastar 30% menos combustível
que a média de seus concorrentes para colocar um satélite em órbita (a rotação terrestre na região dá um "empurrãozinho" no foguete).
Como o Cyclone-4 não é
dos foguetes mais poderosos,
porém, críticos afirmam que
dificilmente ele será um
grande atrativo. Segundo José Nivaldo Hinckel, do Inpe,
a maior parte dos satélites de
comunicação privados têm
hoje pesos acima de 3.000 kg
e ficam em órbita geoestacionária -ficam "parados" sobre um ponto específico da
Terra, a altitudes da ordem
de 20 mil km. O Cyclone-4,
porém, só consegue levar
1.600 kg a essa faixa.
Segundo o pesquisador do
Inpe, a maioria dos satélites
de órbita baixa pertence a
programas estatais, que não
seguem critérios de mercado
para escolher seus lançadores. Governos da Europa,
Rússia, China e EUA nunca
deixam de usar seus próprios
foguetes apenas por questão
de custo. E países como a Argentina, que não tem ainda
lançador próprio, possuem
convênio com os EUA.
A ACS, porém, afirma que
a criação da empresa binacional está respaldada num
estudo detalhado sobre o
mercado de satélites, documento que só não foi amplamente divulgado por motivos de estratégia comercial.
Carlos Ganem, presidente
da AEB, diz que satélites de
pequeno porte são a "nova
onda mundial". Segundo ele,
a empresa francesa Ariane,
que deve ser a principal concorrente da ACS, tem hoje
dificuldade para usar seu foguete de grande porte, projetado para levar até 7.000 kg.
"A Ariane tem problemas
hoje para juntar cargas úteis
que façam a carga do Ariane-5 ser economicamente racional", disse.
(RG)
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