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Amazônia tem menor desmate da história
Ainda assim, a área devastada equivale a quatro cidades de SP; queda em relação ao ano passado foi de 14%
Lula comemorou feito
e disse que conferência
do clima em Cancún
"não vai dar em nada';
ONU rebateu críticas
SIMONE IGLESIAS
DE BRASÍLIA
CLAUDIO ANGELO
ENVIADO ESPECIAL A CANCÚN
O índice de desmatamento
da Amazônia Legal neste ano
caiu 14% em relação ao ano
passado e ficou em 6.450 km2
-o menor número já registrado pelo monitoramento
do Inpe (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais).
Ainda assim, a área desmatada em 2009-2010 é igual
a quatro vezes o tamanho da
cidade de São Paulo. E ficou
acima do esperado pelo governo, que projetava uma taxa de até 5.000 km2.
Na região da mata atlântica, a queda média anual foi
de 0,04% e, no apanhado de
2002 a 2008, de 0,25%.
Segundo o Inpe, o índice
de redução de desmate na
mata atlântica é baixo porque ela é o bioma mais degradado do país, já que boa parte da região é composta por
áreas urbanizadas.
Segundo Gilberto Câmara,
diretor do Inpe, houve redução significativa do desmatamento em Mato Grosso, no
Pará e em Rondônia, Estados
que costumam liderar o ranking de derrubadas,.
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva disse que está
orgulhoso da atuação de seu
governo na área. "O que estamos conseguindo talvez nem
seja mérito nosso, mas incompetência de quem veio
antes, porque se fazia muito
discurso e se colocava pouca
coisa em prática", disse.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que o Brasil se aproxima
da meta de reduzir o desmatamento da Amazônia em
80% até 2020. O governo cogita antecipar o cumprimento da meta para 2015.
COP-16
Lula confirmou que não
irá à COP-16, conferência do
clima de Cancún, no México,
porque, segundo ele, a reunião "não vai dar em nada".
"Não vai nenhuma grande
liderança, no máximo, os ministros do Meio Ambiente.
Não vai haver um avanço,
uma pactuação", afirmou.
A chefe da Convenção do
Clima das Nações Unidas,
Christiana Figueres, reagiu:
"A COP-16 nunca foi montada como reunião de chefes de
Estado", afirmou ela
Apesar dos resultados
mostrados pelo Brasil na redução do desmatamento, o
mecanismo que pretende
compensar os países tropicais por isso, o chamado
Redd, está longe de uma definição na conferência do clima de Cancún.
"A experiência do Brasil,
com monitoramento, transparência e participação da
sociedade, mostra que dá para reduzir o desmate", diz
André Muggiatti, do Greenpeace. "Mas, para que isso
vingue em outros países, o
Redd tem de ser aprovado."
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