São Paulo, quarta-feira, 03 de setembro de 2008

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Ministro promete queda "progressiva" no desmate

Plano de mudança climática sai no final do mês

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Carlos Minc (Meio Ambiente) prometeu ontem que o Plano Nacional de Mudanças Climáticas trará metas de redução do desmatamento da Amazônia.
Segundo ele, o plano será apresentado no dia 23 deste mês. "Há uma previsão de redução progressiva do desmatamento e aumento progressivo de espécies nativas e da silvicultura econômica, com uma previsão em poucos anos de zerar essa conta e passarmos a ser credores em relação ao desmatamento, ou seja, plantarmos mais do que tiramos", disse.
A afirmação foi feita durante evento em São Paulo de comemoração aos 40 anos da revista "Veja". Minc participou de um painel sobre ambiente -ao lado do governador de Mato Grosso, Blairo Maggi.
O plano vem sendo prometido desde setembro de 2007, quando o presidente Lula anunciou nas Nações Unidas que o país o adotaria. E o desmatamento é questão central, já que responde por 70% da contribuição do Brasil às emissões de gases-estufa.
Segundo Minc, agora o plano está em estágio "avançado". Apesar de não ter dito os números de redução que constarão no plano, o fato de garantir que serão fixadas metas é relevante.
Thelma Krug, ex-secretária nacional de Mudanças Climáticas, por exemplo, não concordava com a proposta. Já os ambientalistas argumentam que é difícil o Brasil obter recursos de outros países para combater a destruição da floresta se não houver objetivos delimitados.
Segundo Marcelo Furtado, do Greenpeace, setores do governo como o Ministério da Ciência e Tecnologia e o Itamaraty não acham interessante a adoção de metas. "Estou muito curioso para saber se ele [Minc] vai conseguir avançar e colocar as metas no plano." Furtado contou que a ONG apresentou ao ministro um plano de redução progressiva do desmatamento -a idéia é zerá-lo em sete anos. "O ministro endossou essa abordagem. Considero muito positivo se ele incorporar as idéias ao plano."


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