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VETERINÁRIA
Terapia gênica salva cães de câncer em pesquisa argentina
DA REPORTAGEM LOCAL
A terapia gênica, uma das
grandes promessas médicas
da biotecnologia, já é uma
realidade para cães de estimação com câncer na Argentina. Pesquisadores liderados por Gerardo Claudio Glikin, da Universidade de Buenos Aires, criaram um protocolo que aumenta em cinco
vezes a expectativa de vida
dos bichos diante do melanoma maligno canino, uma forma devastadora de tumor.
"A progressão dessa doença é muito rápida, e o prognóstico é sempre ruim. Os
animais costumam morrer
90 dias depois do diagnóstico", diz Glikin. "Já os cães
que tratamos sobrevivem,
em média, 15 meses. Não é
uma cura, mas é uma forma
de manter a doença controlada por muito tempo."
Um benefício colateral do
uso da terapia gênica nos pacientes caninos, aposta Glikin, é o fato de que os bichos
representam um modelo
melhor do que acontece no
organismo humano durante
o câncer do que, por exemplo, os camundongos ou ratos, que são os animais de laboratório mais populares.
"Os cães apresentam naturalmente muitas das doenças
que afetam seres humanos.
Tratá-los poderia aumentar
a velocidade com que as terapias chegam aos testes clínicos [com pessoas]. E nem
precisamos criar nossos cães
em laboratório -os pacientes chegam naturalmente até
nós", diz Glikin.
Para enfrentar o câncer canino, que pode, por exemplo,
manifestar-se na boca do
animal, os pesquisadores
usam uma abordagem engenhosa. Trata-se do uso dos
chamados genes suicidas, os
quais fazem com que o organismo recupere a capacidade
de atacar o tumor que o afeta.
Um dos genes inseridos
nas células tumorais corresponde ao que ativa o sistema
de defesa do organismo numa infecção por vírus. Com
isso, as defesas naturais do
corpo "acordam" e conseguem enfrentar o câncer,
matando o tumor.
(RJL)
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