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Para cachorro, sujeira faz bem, diz cientista
SÃO PAULO
A propaganda que diz
que "se sujar faz bem" vale
mais para cães do que para
humanos, na opinião de
Alexandra Horowitz.
Como eles são, de certa
forma, nada mais que uns
narizes ambulantes, limpeza em excesso significa
privá-los do prazer de um
mundo repleto de cheiros.
"Minha vizinhança não
só tem abundância de pet
shops como também é visitada por um serviço móvel que vai até a sua casa
banhar, escovar e, portanto, "descachorrar" seu animal para você", diz ela.
Mas o cheiro químico de
limpeza que nos agrada é,
nas palavras dela, "um insulto olfativo" para um
cão. "Um lugar totalmente
livre de cheiros orgânicos
é um ambiente empobrecido para um cão."
"Não surpreende que,
após um banho, ele se
apresse a se esfregar vigorosamente em um tapete
ou na grama. Ao banhá-lo
com xampu de coco e lavanda, nós o privamos por
um tempo de parte importante da sua identidade."
"É importante tolerar
que os cachorros se metam
em poças de lama de vez
em quando, deixar que
cheirem os traseiros uns
dos outros", diz ela.
Isso porque cães são serem seres que utilizam o
cheiro para entender o
mundo. Apesar de conseguirem ouvir frequências
que humanos não conseguem, mesmo sua audição
tem limitações.
"Tente sugerir ao seu
cão "dar uma volta". Na
manhã seguinte, pergunte
se ele quer um "mar de
uma broca". Você obterá a
mesma reação afirmativa", diz Horowitz. O que
importa é o tom de voz.
Os cientistas apostam,
então, que mesmo os sonhos dos cães envolvem
majoritariamente cheiros.
Se um cão estiver cochilando, portanto, não atrapalhe: ele pode estar em
devaneios com o cheiro da
cadelinha da vizinha.
(RM)
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