São Paulo, domingo, 03 de outubro de 2010

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Para cachorro, sujeira faz bem, diz cientista

SÃO PAULO

A propaganda que diz que "se sujar faz bem" vale mais para cães do que para humanos, na opinião de Alexandra Horowitz.
Como eles são, de certa forma, nada mais que uns narizes ambulantes, limpeza em excesso significa privá-los do prazer de um mundo repleto de cheiros.
"Minha vizinhança não só tem abundância de pet shops como também é visitada por um serviço móvel que vai até a sua casa banhar, escovar e, portanto, "descachorrar" seu animal para você", diz ela.
Mas o cheiro químico de limpeza que nos agrada é, nas palavras dela, "um insulto olfativo" para um cão. "Um lugar totalmente livre de cheiros orgânicos é um ambiente empobrecido para um cão."
"Não surpreende que, após um banho, ele se apresse a se esfregar vigorosamente em um tapete ou na grama. Ao banhá-lo com xampu de coco e lavanda, nós o privamos por um tempo de parte importante da sua identidade."
"É importante tolerar que os cachorros se metam em poças de lama de vez em quando, deixar que cheirem os traseiros uns dos outros", diz ela.
Isso porque cães são serem seres que utilizam o cheiro para entender o mundo. Apesar de conseguirem ouvir frequências que humanos não conseguem, mesmo sua audição tem limitações.
"Tente sugerir ao seu cão "dar uma volta". Na manhã seguinte, pergunte se ele quer um "mar de uma broca". Você obterá a mesma reação afirmativa", diz Horowitz. O que importa é o tom de voz.
Os cientistas apostam, então, que mesmo os sonhos dos cães envolvem majoritariamente cheiros.
Se um cão estiver cochilando, portanto, não atrapalhe: ele pode estar em devaneios com o cheiro da cadelinha da vizinha. (RM)


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