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Combate a queimada é difícil e demorado
DE SÃO PAULO
Embora o grande vilão das
queimadas seja mesmo a
agricultura extensiva e pouco racionalizada, a chamada
agricultura intensiva pode,
no começo, até aumentar a
incidência de fogo, segundo
os dados levantados por Aragão e Shimabukuro.
"Isso se deve à maneira como as áreas são desmatadas
inicialmente. Com a utilização de maquinário para remover a biomassa, é possível
retirar não só a parte aérea da
vegetação, mas também a
biomassa subterrânea, o que
leva a uma maior quantidade
de biomassa disponível para
queimar", diz Aragão.
Após certo limiar, no entanto, o manejo intensivo pode diminuir em quase 70% a
ocorrência de fogo. "Conclui-se que, primeiro, existe a necessidade de limitar a expansão do agronegócio na Amazônia e, segundo, que pequenos e médios produtores devem adotar práticas livres de
fogo", afirma o pesquisador.
Isso, claro, é mais fácil falar do que fazer, reconhece
ele. "Existe uma necessidade
de subsídio financeiro para
os produtores, incluindo treinamento, apoio técnico e
compra de maquinário."
Apesar de algumas iniciativas Amazônia afora, Aragão diz acreditar que medidas punitivas contra quem
inicia queimadas não vão
funcionar por si só. Segundo
ele, seria preciso organizar os
agricultores da região para
agir em nível comunitário.
O dinheiro poderia vir dos
projetos de Redd (sigla de
"redução de emissões por
desmatamento e degradação
florestal"), conceito que deve
ser incorporado aos futuros
tratados globais sobre mudança climática.
(RJL)
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