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Falha em revestimento do tanque ameaça Discovery
France Presse/Joe Raedle/Getty Images
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Ônibus especial posto em sua plataforma de lançamento |
Nasa acha rachadura em espuma térmica do módulo de combustível da nave
Problema assombra ônibus
espaciais desde explosão
da Columbia em 2003; Nasa
estuda cancelar lançamento
marcado para hoje à tarde
DA REDAÇÃO
A descoberta de uma pequena rachadura na espuma de
proteção térmica do tanque do
ônibus espacial Discovery levantou mais dúvidas sobre a
viabilidade de sua atual missão.
Técnicos e diretores da agência
espacial dos EUA se reuniam
ontem para tentar determinar
se a espaçonave poderia decolar de maneira segura hoje.
A falha de 13 cm por 1 cm foi
descoberta em uma inspeção
de rotina na madrugada de ontem, após o adiamento da decolagem do Discovery, marcado
inicialmente para sábado. O
lançamento foi cancelado duas
vezes por causa do mau tempo.
Autoridades da Nasa fizeram
várias reuniões durante a tarde,
mas até o fechamento desta
edição não haviam decidido se
o ônibus espacial poderia partir. A atual janela de lançamento (intervalo de tempo viável
para a nave partir rumo a seu
destino) vai até 19 de julho, e
qualquer reparo necessário teria de ser feito até lá.
A rachadura encontrada ontem fica em um suporte que
mantém alinhado o tubo de alimentação de oxigênio líquido
superfrio do tanque. Essa estrutura sofre desgaste durante
o abastecimento da nave e
quando o combustível é retirado -como no caso de um lançamento adiado. Um choque térmico pode ter causado a falha.
Segundo a Nasa, a abertura
na espuma é pequena, se comparada ao pedaço do material
do tamanho de uma mala que
se desprendeu do tanque do
Columbia e bateu em sua asa
esquerda, em 2003. O acidente
danificou o escudo térmico da
nave, que explodiu durante a
volta à Terra. A atual missão é a
segunda de um ônibus espacial
desde o desastre, que matou sete astronautas.
Mas a atual rachadura não é
considerada grave. "Ela tem
metade do tamanho que acreditamos que possa danificar o
orbitador [Discovery]", disse
John Shannon, vice-diretor do
programa do ônibus espacial.
O tanque foi reprojetado
duas vezes nos últimos três
anos, mas a Nasa admite que o
problema do desprendimento
da espuma ainda não está resolvido. A agência assume um risco ao prosseguir com a missão,
pois o programa de ônibus espaciais será cancelado se sofrer
mais uma baixa.
Caso seja necessário consertar a rachadura, é provável que
o reparo possa ser feito sem remover a nave da plataforma de
lançamento, afirmou a Lock-heed Martin, empresa que fabrica o tanque. Mover o ônibus
espacial para o prédio de montagem levaria duas semanas e
faria a nave perder a janela.
A atual missão, uma viagem
para continuar a montagem da
ISS (Estação Espacial Internacional), teve a agenda mantida
contra a vontade de autoridades de alto escalão na Nasa.
Técnicos queriam mais tempo
para trabalhar no problema da
espuma, mas a agência resolveu
prosseguir com o vôo, criando
um plano de salvamento para
os astronautas caso a nave sofra
avarias. A tripulação aguardaria socorro dentro da ISS, e a
Nave seria trazida de volta por
controle remoto.
Com agências internacionais
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