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Para cientista israelense, armas trazem paz
DE SÃO PAULO
O incentivo ideal para que
os países adotem uma estratégia pacífica? Exércitos, diz
Robert Aumann, da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Aumann, 80, é íntimo da
guerra. Nasceu em uma família rica de judeus ortodoxos
na Alemanha, que foi para os
EUA fugindo dos nazistas.
Foi um dos melhores jovens matemáticos dos EUA
nos anos 1950. Com a criação
de Israel, mudou-se. Seu filho mais velho morreu no
Exército israelense, em 1982.
"A paz não é feita com concessões, mas se mostrando
pronto para guerrear. Os romanos foram campeões da
paz. A "Paz Romana" durou
200 anos. Qual o lema? Se
quer paz, prepare-se para a
guerra. É teoria dos jogos.
Não é legal, mas é verdade."
A teoria dos jogos mostra
que o ataque é uma estratégia muito vantajosa quando
um lado percebe fraqueza no
outro, diz. O exemplo clássico da teoria, aliás, é o dilema
do prisioneiro. Se dois comparsas ficarem quietos, ambos serão soltos. Se apenas
um ficar em silêncio, ele é
condenado. Se ambos falarem, os dois são presos.
Como um não sabe o que o
outro fará, não colaborar é a
melhor opção -afinal, se o
comparsa ficar quieto, você é
solto; se ele falar, você seria
preso de qualquer jeito.
"Compare a Guerra Fria e a
Segunda Guerra. Negociar
com Hitler não trouxe a paz."
Antes de morrer, conta, o
filho lhe escreveu. Dizia que
não há bem sem o mal.
(RM)
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