São Paulo, sábado, 05 de maio de 2007

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Discussão política entre países foi limpa, dizem ambientalistas

DO ENVIADO A BANCOC

O processo de negociação política na reunião do IPCC em Bancoc foi intenso, mas limpo, e não deturpou o texto do relatório. Essa á a avaliação das ONGs ambientalistas WWF e Greenpeace, geralmente críticas da ingerência dos governos.
A semana que passou foi marcada por temores de que EUA e China tentassem "baixar o tom" das conclusões dos cientistas. Isso aconteceu com o relatório do Grupo 2, apresentado no mês passado, arrancando protestos. Não foi o caso aqui.
"Estou muito satisfeito com o relatório", disse Johannis Verlome, do WWF. "As versões que vazaram para a imprensa antes não são muito diferentes to texto final." Seu colega Gavin Edwards, do Greenpeace, foi além: "Acho que a imprensa exagerou em reportar um conflito. Havia momentos em que o que eu lia na mídia era totalmente diferente do que eu via".
A confusão no noticiário foi motivada pela falta de acesso dos jornalistas ao Centro de Convenções da ONU em Bancoc, onde foi realizado o encontro. (A reportagem da Folha foi expulsa pelos seguranças ao tentar entrar no prédio.) Sem poder acompanhar a reunião de perto, jornalistas dependiam de relatos de cientistas e de delegados de governos.
Um dos momentos de tensão aconteceu na madrugada de sexta-feira, quando se discutiu o papel da energia nuclear. "Foi o maior pau", disse Thelma Krug, da delegação brasileira. No final, a menção à energia nuclear como tecnologia limpa foi mantida, mas junto de objeções dos opositores.
Um atrito foi causado por Brasil, Índia e China, que exigiram o reconhecimento das responsabilidades históricas dos países desenvolvidos no aquecimento global. O relatório final destaca que as emissões nocivas ocorrem "desde os tempos pré-industriais".
Os EUA, para espanto geral, não obstruíram o debate. É por que os democratas vão ganhar a eleição? "É claro que eu não vou responder a essa pergunta", disse Rajendra Pachauri, chefe do IPCC, sorrindo. (CA)


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