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Discussão política entre países foi limpa, dizem ambientalistas
DO ENVIADO A BANCOC
O processo de negociação política na reunião do IPCC em
Bancoc foi intenso, mas limpo,
e não deturpou o texto do relatório. Essa á a avaliação das
ONGs ambientalistas WWF e
Greenpeace, geralmente críticas da ingerência dos governos.
A semana que passou foi
marcada por temores de que
EUA e China tentassem "baixar
o tom" das conclusões dos cientistas. Isso aconteceu com o relatório do Grupo 2, apresentado no mês passado, arrancando
protestos. Não foi o caso aqui.
"Estou muito satisfeito com
o relatório", disse Johannis
Verlome, do WWF. "As versões
que vazaram para a imprensa
antes não são muito diferentes
to texto final." Seu colega Gavin
Edwards, do Greenpeace, foi
além: "Acho que a imprensa
exagerou em reportar um conflito. Havia momentos em que
o que eu lia na mídia era totalmente diferente do que eu via".
A confusão no noticiário foi
motivada pela falta de acesso
dos jornalistas ao Centro de
Convenções da ONU em Bancoc, onde foi realizado o encontro. (A reportagem da Folha foi
expulsa pelos seguranças ao
tentar entrar no prédio.) Sem
poder acompanhar a reunião
de perto, jornalistas dependiam de relatos de cientistas e
de delegados de governos.
Um dos momentos de tensão
aconteceu na madrugada de
sexta-feira, quando se discutiu
o papel da energia nuclear. "Foi
o maior pau", disse Thelma
Krug, da delegação brasileira.
No final, a menção à energia
nuclear como tecnologia limpa
foi mantida, mas junto de objeções dos opositores.
Um atrito foi causado por
Brasil, Índia e China, que exigiram o reconhecimento das responsabilidades históricas dos
países desenvolvidos no aquecimento global. O relatório final destaca que as emissões nocivas ocorrem "desde os tempos pré-industriais".
Os EUA, para espanto geral,
não obstruíram o debate. É por
que os democratas vão ganhar
a eleição? "É claro que eu não
vou responder a essa pergunta", disse Rajendra Pachauri,
chefe do IPCC, sorrindo.
(CA)
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