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Empresa furou além do limite, acusa grupo
Advogados de pescadores afirmam ainda que BP não instalou válvula de segurança
Vazamento de óleo no golfo
do México vira batalha
jurídica; firma rebate dado
sobre profundidade, mas
não comenta sobre válvula
Eric Gay/Associated Press
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Ave marinha morta em praia de Ship Island, Mississippi
DA REDAÇÃO
Advogados que representam
grupos ambientalistas, pescadores e funcionários da empresa petroleira BP acusam a companhia de ter perfurado poços a
profundidades acima do permitido pelo governo dos EUA.
A explosão de uma plataforma da empresa, há 15 dias, causou o vazamento de óleo que
ameaça a costa sul do país.
A exploração estaria acontecendo a quase 7.000 m de profundidade, enquanto a permissão de exploração só valeria até
pouco mais de 6.000 m. Além
disso, a empresa teria deixado
de instalar uma válvula de segurança que poderia ter estancado o vazamento.
"A companhia aceitou correr
o risco de não colocar a válvula
para poder economizar", disse
Mike Papantonio, um dos advogados dos pescadores da região do golfo do México.
"A alegação sobre a profundidade permitida está factualmente incorreta", rebateu Andrew Gowers, porta-voz da BP.
Segundo ele, a empresa estava
alcançando a profundidade
máxima de 5.600 m, dentro dos
limites permitidos. Sobre a válvula, ele declarou que prefere
esperar os resultados da investigação sobre o vazamento.
Tempo melhor
As tentativas de deter o derramamento de petróleo no golfo ficaram um pouco mais fáceis ontem, quando o mar agitado que atrapalhava os trabalhos se tornou mais calmo.
A BP relatou estar tendo sucesso num método de combate
ao vazamento, que consiste em
usar um submarino operado
por controle remoto para borrifar substâncias chamadas dispersantes no óleo.
Tais substâncias ajudam a
"quebrar" quimicamente o petróleo conforme ele deixa os
poços, o que diminui a quantidade que chega à superfície.
As últimas imagens de satélite da mancha de óleo, feitas na
noite de domingo passado, indicam que ela encolheu de
8.800 km2 para 5.200 km2, mas
isso significa apenas que parte
do combustível acabou indo
parar debaixo d'água.
A BP também está testando
outras possíveis armas contra o
problema. Uma das estratégias
é a construção de um domo de
contenção, da altura de um
prédio de quatro andares e com
70 toneladas, que a empresa
planeja usar como "rolha" em
um dos três vazamentos. Depois, o petróleo seria bombeado através do domo, rumo à superfície, para ser aproveitado.
Outro plano envolve a colocação de uma válvula de fechamento num dos locais onde o
petróleo está vazando, mas o
mau tempo tinha atrapalhado
essa operação até anteontem.
O efeito ambiental do desastre ainda não está claro. Especialistas examinaram 29 exemplares da tartaruga-marinha
ameaçada Lepidochelys kempii,
os quais chegaram mortos às
praias do Estado do Mississipi
nos últimos dias, e não acharam sinais de petróleo nos répteis. A pesca na região, no entanto, já está totalmente paralisada pelo acidente.
Com agências internacionais e "The New York Times"
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