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ZOOLOGIA
Projeto internacional fará "RG" global da biodiversidade
EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL A ÁGUAS DE
LINDÓIA
A idéia segue o mesmo
princípio do RG. Todos os
animais e plantas do mundo
podem ser reconhecidos
também por uma assinatura
genética. Por isso, quando a
maior parte deles já estiverem devidamente etiquetados, será bem mais fácil reconhecer esses organismos em novas regiões geográficas,
por exemplo, ou até preservá-los da extinção.
É exatamente esse o objetivo do CBL (Consortium for
the Barcode of Life) que precisa de US$ 150 milhões para, até 2009, cumprir sua
meta de etiquetar 5 milhões
de indivíduos de 500 mil espécies. "O Canadá já vai investir US$ 50 milhões. Argentina, Coréia do Sul e muito provavelmente o México
também já demonstraram
interesse em colocar recursos no projeto", disse ontem
em Águas de Lindóia (SP)
Paul Hebert, do Instituto de
Biodiversidade do Canadá,
um de seus coordenadores.
De acordo com Hebert, todos os dados gerados pelo
CBL serão públicos e "abertos a todos sem nenhuma cobrança de taxa". Na biblioteca eletrônica do grupo
(www.barcodinglife.org/
views/) é possível perceber
que já existe o depósito de
31.424 espécies já identificadas por meio das etiquetas
genéticas. Ao todo, já foram
feitas, entre os vários grupos
de organismos, 288.785 códigos de barras moleculares.
A partir do protocolo desenvolvido pelo consórcio,
que consiste em isolar algumas estruturas genéticas do
DNA da mitocôndria dos seres vivos e a partir disso
montar as etiquetas únicas,
vários problemas científicos
reais estão sendo resolvidos.
Hebert está claramente
tentando mostrar a importância do consórcio que ele
coordena para o governo do
Brasil. Mas, nos dois últimos
anos, tempo em que grupos
brasileiros começaram a se
organizar para tentar replicar a iniciativa internacional
no país, a burocracia e a falta
de prioridade a causa impediram uma maior aproximação. A Folha apurou que todas as tentativas feitas com
instâncias do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia)
e MMA (Ministério do Meio
Ambiente) foram consideradas muito bem-vindas mas
esbarraram na burocracia
para ir adiante.
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