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Cai doença ligada a saneamento
DA SUCURSAL DO RIO
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Menos gente está adoecendo no
país por causas relacionadas à falta de saneamento básico e de tratamento da água destinada ao
consumo humano. O número de
internações em razão de enfermidades como diarréia, difteria, malária, hepatite, dengue e outras recuou de 730 por 100 mil habitantes em 1993 para 375 por 100 mil
habitantes em 2002, segundo dados coletados pelo IBGE.
À primeira vista, os números
podem indicar que o saneamento
avançou nesse período, o que fez
cair o total de internações. Mas a
razão principal não é essa. O
maior motivo é a consolidação do
SUS (Sistema Único de Saúde)
nos anos 90, segundo André
Monteiro Costa, pesquisador da
Fiocruz (Fundação Oswaldo
Cruz) responsável pela pesquisa
que serviu de base para o IBGE.
O SUS, avalia ele, deu enfoque
maior à atenção básica à saúde, o
que resultou em queda no número de pessoas com doenças provocadas por condições de higiene
precárias. "Essa é a nossa hipótese, já que houve uma melhora
muito discreta do saneamento."
Segundo dados do IBGE, o percentual de domicílios ligados à rede geral de água aumentou de
88,3% em 1992 para 91,3% em
2002 nas áreas urbanas -nas rurais, passou de 12,3% para 22,7%.
Já o saneamento adequado (rede
coletora ou fossa séptica) cresceu
de 65,9% para 74,9% dos domicílios urbanos. Na zona rural, a cobertura continua muito menor
-foi de 10,3% para 16%.
Costa diz que a redução do número de pessoas infectadas por
doenças relacionadas ao saneamento é progressiva -eram a
primeira causa de óbito até os
anos 50. Há, porém, muito a fazer:
a diarréia é responsável por quase
25% das internações de crianças
de até cinco anos e representa
4,5% do total de internações.
O levantamento do IBGE também revela que o número de leitos
caiu de 3,58 por mil habitantes em
1992 para 2,70 em 2002. Segundo
o Ministério da Saúde, os motivos
são o fim da internação psiquiátrica, a evolução da medicina (que
resulta em menos internações) e a
expansão de programas como o
médico de família.
Espécies em extinção
O relatório do IBGE mostra que
a biodiversidade brasileira, e por
tabela seu potencial econômico,
estão sob risco. O número de espécies de fauna terrestre sob alguma ameaça de extinção passou de
208 em 1989 para 398 em 2003, segundo o Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
Além da destruição dos ecossistemas, dois outros problemas colocam a biodioversidade em risco:
o comércio ilegal de animais e a
proliferação de espécies exóticas
(não-originárias do lugar em que
acabam se desenvolvendo), segundo Judicael Clevelario Júnior,
do IBGE.
(MV e PS).
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