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Com desmate em queda, Minc ataca ruralistas
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dados do Inpe (Instituto
Nacional de Pesquisas Especiais) divulgados ontem revelam que, em setembro, a
floresta amazônica perdeu
400 km2. O ritmo do desmatamento, porém, caiu em relação ao mesmo mês do ano
passado, quando foram derrubados 587 km2 de floresta.
O Pará foi o único Estado
que teve aumento do desmate no período, segundo dados do sistema Deter do instituto. "É de lamentar. O Pará tem sido um problema,
por conta da mineração, gado, muita pressão política",
disse o ministro do Meio
Ambiente, Carlos Minc.
Entre janeiro e setembro
deste ano 2.855 km2 de floresta sumiram, contra 6.262
km2 nos nove primeiros meses de 2008. O total de 2009
equivale a duas vezes a área
do município de São Paulo.
O sistema Deter é menos
preciso que o sistema Prodes, também do Inpe, que
calcula efetivamente a taxa
de desmatamento anual e será divulgado no final do mês.
Minc aproveitou a divulgação dos dados para dizer
novamente que um eventual
retrocesso na legislação ambiental poderá colocar em
xeque a posição do Brasil na
conferência da ONU sobre
mudanças climáticas.
A preocupação do ministro está na iniciativa ruralista de derrubar ou modificar
o Código Florestal, de 1965, e
prorrogar por inteiro um decreto presidencial que colocará na ilegalidade produtores que não tenham área de
conservação regularizada.
A declaração de Minc
ocorre às vésperas da definição do presidente sobre a legislação ambiental. Na segunda, Lula se reúne com
Minc e Reinhold Stephanes
(Agricultura) para decidir
sobre a possibilidade de esse
decreto entrar em vigor em
11 de dezembro. "Eles [ruralistas] estão querendo derrubar isso [decreto] também,
mas não vão derrubar nem
que a vaca tussa", disse.
Sobre a proposta brasileira
para reduzir a emissão de gases-estufa, o ministro diz
que o Brasil levará uma meta
a Copenhague. "O Brasil vai
ter uma meta, vai ter um número, vai ter protagonismo.
De todos os países em desenvolvimento será aquele com
a meta mais forte."
A opinião do ministro, porém, não reflete a visão atual
da Presidência. Lula e Dilma
avaliam que, diante risco de
fracasso da conferência, uma
meta somente seria apresentada após sinalizações de
avanços de países como China e Estados Unidos.
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