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Brasil terá 725 delegados na conferência do clima
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com quase duas centenas de
empresários e pouco mais de
cem representantes de organizações não-governamentais, a
delegação brasileira na conferência do clima, em Copenhague, será uma babel de discursos diferentes sobre as mudanças climáticas e terá cerca de
725 pessoas, segundo o Ministério de Relações Exteriores.
Entre os portadores de crachá de delegado brasileiro, há
quem defenda a definição de
um teto para as emissões de gás
carbônico no planeta e quem
critique a recente definição de
metas pelo governo brasileiro.
Ontem, o Itamaraty insistiu
em que a maior parte da delegação bancará seus próprios custos. O ministério informou que
o tamanho da delegação reflete
o estímulo do governo ao engajamento de vários setores da
sociedade no debate climático.
O tamanho da delegação brasileira contribuiu para a superlotação da conferência. O espaço que abrigará a reunião tem
capacidade para 15.000 pessoas - e foi subdimensionado,
segundo os organizadores. Parte da delegação ficará hospedada na cidade de Malmö, Suécia.
Segundo o Itamaraty, foram
credenciados na delegação brasileira representantes de 182
entidades, empresas e órgãos
do governo. Empresários detêm a maior parte dos crachás.
Estarão em Copenhague representantes das confederações da indústria e da agricultura, que já manifestaram críticas
às metas de redução de CO2 pelo Brasil. A CNA (Confederação
da Agricultura e Pecuária do
Brasil) alega que, ao colocar
números na mesa, o Brasil enfraquece as chances de negociação. A CNI (Confederação
Nacional da Indústria) teme a
adoção de barreiras comerciais
a produtos responsáveis por
um nível alto de emissão.
Integram a lista de empresários representantes das grandes estatais brasileiras, das empreiteiras, de montadoras, de
siderúrgicas e da área de energia, além de fabricantes de óleo
e produtores de soja.
O governo federal será representado por cerca de cem pessoas, sobretudo dos ministérios de Relações Exteriores, de
Meio Ambiente e de Ciência e
Tecnologia, mais envolvidos
com a negociação. Mas os custos não foram divulgados, nem
a lista completa dos delegados.
A delegação será chefiada pela ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil). Ela será acompanhada por três ministros: Celso
Amorim (Itamaraty), Carlos
Minc (Meio Ambiente) e Sergio Rezende (MCT).
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