São Paulo, sábado, 05 de dezembro de 2009

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Brasil terá 725 delegados na conferência do clima

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com quase duas centenas de empresários e pouco mais de cem representantes de organizações não-governamentais, a delegação brasileira na conferência do clima, em Copenhague, será uma babel de discursos diferentes sobre as mudanças climáticas e terá cerca de 725 pessoas, segundo o Ministério de Relações Exteriores.
Entre os portadores de crachá de delegado brasileiro, há quem defenda a definição de um teto para as emissões de gás carbônico no planeta e quem critique a recente definição de metas pelo governo brasileiro.
Ontem, o Itamaraty insistiu em que a maior parte da delegação bancará seus próprios custos. O ministério informou que o tamanho da delegação reflete o estímulo do governo ao engajamento de vários setores da sociedade no debate climático.
O tamanho da delegação brasileira contribuiu para a superlotação da conferência. O espaço que abrigará a reunião tem capacidade para 15.000 pessoas - e foi subdimensionado, segundo os organizadores. Parte da delegação ficará hospedada na cidade de Malmö, Suécia.
Segundo o Itamaraty, foram credenciados na delegação brasileira representantes de 182 entidades, empresas e órgãos do governo. Empresários detêm a maior parte dos crachás.
Estarão em Copenhague representantes das confederações da indústria e da agricultura, que já manifestaram críticas às metas de redução de CO2 pelo Brasil. A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) alega que, ao colocar números na mesa, o Brasil enfraquece as chances de negociação. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) teme a adoção de barreiras comerciais a produtos responsáveis por um nível alto de emissão.
Integram a lista de empresários representantes das grandes estatais brasileiras, das empreiteiras, de montadoras, de siderúrgicas e da área de energia, além de fabricantes de óleo e produtores de soja.
O governo federal será representado por cerca de cem pessoas, sobretudo dos ministérios de Relações Exteriores, de Meio Ambiente e de Ciência e Tecnologia, mais envolvidos com a negociação. Mas os custos não foram divulgados, nem a lista completa dos delegados.
A delegação será chefiada pela ministra Dilma Rousseff (Casa Civil). Ela será acompanhada por três ministros: Celso Amorim (Itamaraty), Carlos Minc (Meio Ambiente) e Sergio Rezende (MCT).


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