São Paulo, terça-feira, 06 de julho de 2004 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ESPAÇO Planeta pode ter sido habitável por muito tempo Marte teve chuvas até 3 bilhões de anos atrás, afirmam franceses
DA REPORTAGEM LOCAL Que Marte já teve água corrente em sua superfície no passado, especialmente após os resultados dos jipes Spirit e Opportunity, todo mundo na Terra já sabe. A novidade do estudo de Nicolas Mangold e seus colegas da Universidade Paris-Sud está em tentar falar de algo menos vago que o sonoro, mas pouco informativo, "em algum lugar do passado". Num artigo publicado na última edição da revista "Science" (www.sciencemag.org), eles falam de precipitação (chuva, para os íntimos) sobre uma região conhecida como Valles Marineris, que deve ter ocorrido entre 2,9 bilhões e 3,4 bilhões de anos atrás. A época pertence ao Período Hesperiano, uma das grandes eras geológicas da história do planeta vermelho. Caso Mangold e seus colegas tenham razão, a fase em que Marte foi habitável (ou seja, capaz de abrigar vida) pode ter sido razoavelmente duradoura. O planeta vermelho se formou, assim como a Terra, cerca de 4,6 bilhões de anos atrás. Mas a época do nascimento do Sistema Solar foi marcada por uma intensa pancadaria cósmica de asteróides, que só permitiu o surgimento de ambientes habitáveis há cerca de 3,8 bilhões de anos -época em que a vida começou a florescer por aqui. Caso algo similar tenha ocorrido em Marte, pode ter durado pelo menos 1 bilhão de anos. Os pesquisadores franceses usaram imagens da sonda americana Mars Odyssey para delinear o histórico de uma região com padrões de relevo compatíveis com a ocorrência de chuvas. Para James Garvin, cientista-chefe do programa de exploração marciana da Nasa, o esforço de datação é convincente. "Os padrões de drenagem e as evidências geomorfológicas relacionadas dificilmente poderiam ser explicados de outro modo", diz. Segundo ele, o resultado deve disparar esforços de outros cientistas na tentativa de datar outros sinais de água em Marte. (SN) Texto Anterior: Pesquisa americana contesta a eficiência de xaropes contra tosse Próximo Texto: Bioquímica: Antiofídico desenvolvido no Rio protege roedor sem causar alergia Índice |
|