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outro lado
"Mundo inteiro" falhou, afirma ministério
DA REPORTAGEM LOCAL
Braulio Dias, diretor de
conservação da biodiversidade do Ministério do
Meio Ambiente, diz que o
governo atualmente está
em fase de coleta e sistematização de dados para,
depois, concluir o balanço
do sobre cumprimento de
metas nacionais na CDB.
Mesmo com informações incompletas, ele diz
que "no mundo inteiro a
gente já sabe que não vai
atingir as metas". Porém,
afirma que houve avanços
em algumas áreas.
"Na Amazônia, por
exemplo, tivemos um
avanço importante na redução do desmatamento
nesses últimos anos, apesar de o desflorestamento
predatório continuar." Ele
ressalta que o número de
áreas protegidas cresceu.
"Só que a expansão ocorreu basicamente na Amazônia; fora desse bioma o
percentual é mínimo."
Dias diz que hoje não há
condições favoráveis no
país para atingir as metas.
"É uma guerra que estamos perdendo antes de começar." Segundo ele, é
preciso criar mecanismos
econômicos para premiar
quem preserva a biodiversidade, como o pagamento
por serviços ambientais.
Ele critica, ainda, a tentativa dos ruralistas de alterar o Código Florestal e
deixá-lo menos rigoroso,
legalizando o desmate de
parcelas maiores de terra.
"É incrível que, num país
como o Brasil -um país
que possui agricultura
moderna, tecnificada-
exista apoio da bancada
ruralista no Congresso
Nacional para destruir o
Código Florestal", diz. "Isso é dar um tiro no pé."
Em junho, o governo
criou uma Câmara Técnica Permanente de Biodiversidade e Ciência. O objetivo é facilitar o diálogo
entre governo e cientistas.
Por meio desse órgão,
cientistas poderão sugerir
políticas públicas -como
ações para ajudar a evitar a
extinção de uma espécie
de maneira mais ágil. A câmara também deverá acolher reclamações de dificuldades na realização de
pesquisas.
(AB)
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