São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2006

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Devastação volta ao patamar do final da década de 90, após recorde em 2003

CLAUDIO ANGELO
EDITOR DE CIÊNCIA

Ambientalistas receberam a notícia da queda no desmatamento na Amazônia com a cautela habitual. O sentimento geral é que a notícia é boa, sim, mas não merece ser comemorada. Afinal, tudo o que aconteceu foi um retorno ao patamar do fim da década de 1990, de 17 mil quilômetros quadrados de floresta perdidos por ano -quase uma Eslovênia.
"A projeção de redução em 11% confirmaria uma dramática constatação: o que na década de 90 era teto agora virou piso", disse Roberto Smeraldi, da ONG Amigos da Terra Amazônia Brasileira.
Para Adalberto Veríssimo, pesquisador do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), está se confirmando uma queda que já era esperada. "É preciso entender agora qual foi o papel do governo e qual foi o do mercado."
O governo corre agora para fechar a estimativa oficial, do Prodes, que Marina Silva pretende apresentar em novembro no Quênia num encontro da Convenção do Clima. A idéia é mostrar que o desmatamento tropical pode ser controlado -e obter compensação dos países ricos por esse controle.
Se consolidada a previsão, Marina apagará a imagem de ministra fracassada que viu o desmatamento chegar ao recorde de 27,2 mil quilômetros quadrados em 2003. Terminará o governo como um dos ministros mais cacifados de Lula.


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