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Repelente de adolescentes leva Ig Nobel
Pesquisa sobre por que pica-paus não têm dor de cabeça e uma cura radical para soluços também ganham Nobel alternativo
Prêmio é dado anualmente
em festa na Universidade
Harvard, nos EUA, a estudos
que "não poderiam ou não
deveriam ser replicados"
DA REDAÇÃO
Um dispositivo sonoro criado por uma empresa do País de
Gales para enxotar adolescentes de lojas e shopping centers
ganhou ontem o Prêmio Ig Nobel, concedido por uma revista
de humor editada na Universidade Harvard (EUA) a pesquisas "que não poderiam ou não
deveriam ser replicadas".
A firma Compound Security
desenvolveu um aparelho chamado Mosquito que usa freqüências sonoras irritantes e
muito altas, inaudíveis para
maiores de 20 anos, que têm sido usadas no Reino Unido como "repelente de adolescentes". O mesmo princípio foi
usado em um ringtone de celular vendido a adolescentes, que
não pode ser ouvido pelos professores. A dupla aplicação rendeu o Ig Nobel da Paz à empresa, por sua "contribuição à barreira intergerações".
O já clássico Nobel do ridículo foi dado ontem numa concorrida cerimônia anual no vetusto Teatro Sanders, de Harvard, que contou com a presença de nada menos que sete Prêmios Nobel de verdade -um
recorde desde que a honraria
dúbia foi criada, em 1991. Um
deles, Roy Glauber (Física,2005) é freqüentador assíduo da festa. "Depois de dez
anos varrendo aviões de papel
do palco do Ig Nobel (mas não
por causa disso) ele ganhou um
Nobel em 2005", disse Marc
Abrahams, editor da revista humorística "Anais da Pesquisa
Improvável" e mestre-de-cerimônias do Ig Nobel.
Solução profunda
O prêmio em Ornitologia foi
para Ivan Schwab e Philip May,
da Universidade da Califórnia,
por terem explorado em dois
artigos científicos (um deles na
prestigiosa revista médica
"Lancet") por que os pica-paus
não têm dor de cabeça, apesar
de baterem a cabeça contra árvores 12 mil vezes por dia com
uma força 1.200 vezes maior
que a da gravidade.
Em Medicina, o destaque
coube a dois grupos de cientistas, um de Israel e outro dos
EUA, que chegaram de forma
independente ao mesmo tratamento para soluços persistentes: massagem retal digital com
"lentos movimentos circulares". No estudo americano, de
1988, Francis Fesmire mostrou
que, após 30 segundos de "tratamento", os soluços sumiam.
O trabalho foi apropriadamente publicado na revista "Anais
da Medicina de Emergência".
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