São Paulo, sábado, 07 de outubro de 2000

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Projeto Genoma Humano e Celera concorrem por DNA de camundongo

NICHOLAS WADE
DO "THE NEW YORK TIMES"

Com o trabalho sobre o genoma humano praticamente completo, os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos EUA anunciaram que gastarão US$ 58 milhões para decodificar o genoma do camundongo até fevereiro de 2001.
Parece muito dinheiro para gastar com um roedor, mas os especialistas vêem esse animal como um guia inestimável para a interpretação do genoma humano, que está nas mãos deles.
A iniciativa representa a continuação da rusga entre o consórcio público e sua rival, a Celera Corporation, que anunciaram o genoma humano em junho.
Os membros do consórcio dizem que o genoma e as ferramentas para interpretá-lo são de tamanha importância que deveriam estar disponíveis de graça para todos os pesquisadores. A Celera cobra pelos dados.
Para o genoma do camundongo, dois financiadores do projeto público -os Institutos Nacionais de Saúde e o Wellcome Trust, de Londres- fizeram uma parceria com as companhias farmacêuticas SmithKline Beecham e Merck e a fabricante de chips de análise de DNA Affymetrix.
O diretor do instituto que cuida do genoma nos NIH, Francis Collins, disse ontem que a iniciativa partiu da SmithKline Beecham.
Craig Venter, presidente da Celera, afirmou que sua companhia já iniciou o sequenciamento de três diferentes linhagens de camundongo. Para ele, teria sido mais produtivo se os NIH sequenciassem uma espécie diferente, "em vez de duplicar esforços de novo e gastar dinheiro público".
Ele também disse que o trabalho com o camundongo poderia fazer o grupo de Collins atrasar a finalização do genoma humano.
Collins afirmou que completar o genoma humano é sua maior prioridade. O novo consórcio, batizado The Mouse Sequencing Consortium, vai sequenciar uma linhagem de camundongo diferente das analisadas pela Celera.


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