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Críticos apontam risco de retorno às missões dos ônibus espaciais
DO "NEW YORK TIMES"
Enquanto a Nasa se prepara para retomar os vôos dos ônibus espaciais em meados deste ano, há
um debate acalorado dentro e fora da agência espacial sobre problemas de segurança. Quase todos concordam que a frota está
mais segura depois da tragédia
com o Columbia há dois anos,
mas os críticos dizem que nem todas as melhorias prometidas foram implementadas.
O painel independente que investigou o desastre de 2003 recomendou, entre outras coisas, um
cuidado maior para prevenir danos causados pela espuma isolante (foi esse material que danificou
a asa esquerda do Columbia) e a
criação de um sistema viável de
reparos em órbita. Na opinião da
equipe, essas medidas representariam "o mínimo que pode ser feito para resolver na essência os
problemas identificados".
Sean O'Keefe, administrador da
Nasa, comprometeu-se a "seguir
completamente e de forma inequívoca" essas recomendações.
Mas os funcionários da agência
hoje argumentam que, como tiveram avanços significativos em várias questões de segurança, não é
mais tão indispensável cumprir as
especificações técnicas de outras.
O chefe da comissão de investigação e um painel especial interno concordam com essa visão.
Mas outro membro do painel do
Columbia e vários funcionários
da agência, que preferem não se
identificar, apontaram várias falhas na estratégia.
A comissão de investigação recomendou, por exemplo, que a
Nasa desenvolvesse uma "capacidade prática" de inspecionar o
ônibus espacial em órbita e reparar danos no seu sistema de proteção térmica. Mas a agência afirma
que só poderá fazer consertos
muito pequenos no espaço.
Apesar dos pedidos para limitar
a quantidade e o tamanho dos pedaços de espuma isolante que poderiam cair do tanque de combustível e danificar a proteção térmica das naves, a Nasa afirma que
as estimativas a respeito ainda são
incertas. E o plano de usar a Estação Espacial Internacional como
refúgio para os astronautas caso
houvesse problemas tem pouca
chance de sucesso. Quem reconheceu isso foi o cosmonauta russo Sergei Krikalev, que será o próximo comandante da estação.
O almirante da reserva Harold
Gehman, que comandou a investigação sobre o Columbia, afirmou que os esforços da Nasa
"eram o suficiente para passar".
Mas outro membro do painel advertiu: "Ir em frente e perder outra nave acabaria com a Nasa que
conhecemos hoje".
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