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Cientista pede veto a lei anticobaia em SC
Projeto aguarda uma decisão do prefeito; proibição a uso de animais opõe vereadores e pesquisadores
EDUARDO GERAQUE
DA REPORTAGEM LOCAL
Após o Rio de Janeiro enterrar um projeto de lei que proibiria o uso de animais em pesquisas científicas, o debate desceu para o Sul do Brasil. Cientistas de Florianópolis (SC) se
organizam para pedir veto a um
projeto similar, já aprovado na
Câmara Municipal.
Enquanto a lei aguarda sanção ou veto do prefeito Dário
Berger (PMDB), o autor do projeto comemora o resultado parcial. "Essa é uma lei que nasceu
a partir de conversas com as sociedades protetoras de animais.
Precisamos chamar a atenção
para essa questão. Temos vários avanços hoje, como os celulares, mas na ciência parece
que estamos na Idade Média,
usando animais", disse à Folha
o vereador Deglaber Goulart
(PMDB). Ele é o líder do governo na Câmara.
Para Goulart, a lei que ele escreveu em conjunto com outros vereadores -e aprovada
por unanimidade no dia 6 de
novembro- não impede o
avanço da ciência.
"Em vez de usar animais pode-se fazer simulações por
computador", afirma Goulart,
que não vive no meio científico
e é empresário.
Com o texto em mãos há 30
dias, e, portanto, com mais 30
para decidir, o prefeito está
tendo sua atenção disputada
por vários grupos organizados
de Florianópolis. De um lado a
sua bancada na Câmara, de outro os cientistas.
"Essa lei é um retrocesso. Algo radical demais. Um absurdo", afirmou ontem Antônio
Diomário de Queiroz, presidente da Fapesc (Fundação de
Amparo à Pesquisa do Estado
de Santa Catarina). O texto impede o uso de qualquer tipo de
animal em laboratório.
Para o dirigente, os centros
de ética das universidades, que
regulam o uso de animais em
pesquisa, são mais do que suficientes para tomar conta desse
problema. "Se houver algum tipo de abuso, que se coiba", resumiu Queiroz.
Por meio da secretaria de comunicação do município, o poder Executivo de Florianópolis
disse que a lei está sendo analisada. Tanto em relação ao fato
de ela ser constitucional ou
não, quanto em relação aos aspectos científicos do tema.
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