|
Texto Anterior | Índice
Marinha decide que Brasil ficará
com dois navios na Antártida
Veterano Ary Rongel cuidará da logística, e "Max", o novo barco, da pesquisa
EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL À ANTÁRTIDA
A Marinha decidiu que o Programa Antártico Brasileiro
Brasil permanecerá com dois
navios na Antártida. O veterano Ary Rongel não será aposentado e substituído pelo Almirante Maximiano, afirma Paulo
Capetti, capitão-de-mar-e-guerra e comandante do navio.
Apesar de a marinha afirmar
que tanto o Ary quanto o "Max"
estão preparados para dar
apoio logístico à estação brasileira Comandante Ferraz e
também para participar de pesquisas na região polar, é natural
que cada barco siga sua vocação
daqui para a frente.
Após uma volta pelo Ary
Rongel, é fácil concluir que a estrutura a bordo é para apoiar a
logística brasileira na Antártida
e não para fazer pesquisas.
Ontem pela manhã, por
exemplo, uma a tripulação
acostumada com os ares tropicais descarregava os novos geradores de Ferraz sob uma neve fina. Tudo é feito para esvaziar o enorme compartimento
de carga da embarcação, que
tem laboratórios acanhados e
não é equipada para fazer sondagens oceanográficas.
"Nós não medimos um navio
pela idade. O Ary Rongel, hoje,
está muito mais moderno, por
exemplo, em termos de instrumentos de navegação a bordo",
afirmou Capetti. A diferença de
espaço a favor do "Max", na sala
de controles, é absurda.
Mas isso parece não afetar o
ânimo da tripulação, muito pelo contrário. "Ficamos seis meses longe do Brasil nessas operações. Fazemos de tudo para
criar um ambiente saudável",
disse Capetti. Apesar de ser a
primeira vez que ele comanda o
Ary, o oficial da Marinha esteve
em outras missões no mesmo
navio, como piloto.
Em relação às inevitáveis
comparações do Ary com o novo navio da Marinha -o "Max",
que está se preparando para
voltar à Antártida após uma pane que o deixou parado na Argentina- os marinheiros do velho navio respondem com brincadeira provocativa. "Aqui é tudo melhor que no "Max'", dizem. "Estamos há muito mais
tempo aqui [na Antártida]."
A escada que leva os visitantes a bordo, pelo menos, de fato
é melhor. A partir do bote inflável, subir os degraus de uma escadinha sobre o mar é sempre
um problema na Antártida.
Cair na água, mesmo com as
roupas especiais usadas por todos, é arriscado. O resgate deve
ocorrer em até um minuto.
Texto Anterior: Climáticas Índice
|