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BIOÉTICA
Medida permitiria eliminar portadores de certos genes
Britânicos querem testar embrião de proveta para câncer de mama
MAXINE FRITH
DO "INDEPENDENT"
Uma controversa técnica para
testar embriões deve ser estendida no Reino Unido de modo a
permitir a varredura de genes que
podem levar ou não a doenças, recomendou o órgão regulador de
tratamentos de fertilidade do país.
A nova diretriz permitiria a mulheres portadoras de mutações
nos genes BRCA1 e BRCA2, ligados ao aumento do risco de câncer de mama e ovário, a eliminar
antes da implementação no útero
embriões criados por fertilização
in vitro que possuíssem as mesmas mutações.
Especialistas em câncer e em
fertilidade acolheram a recomendação, dizendo que ela daria a casais com histórico familiar de câncer algum controle sobre a saúde
futura de seus filhos.
Mas ativistas pró-vida se opõem
ferozmente à diretriz, dizendo
que ela cheira a eugenia.
O chamado diagnóstico pré-implantação consiste em examinar
embriões em busca de genes defeituosos, de forma que apenas
embriões saudáveis sejam inseridos no útero para produzir um
bebê. O uso da técnica, hoje limitada até mesmo no Reino Unido
(onde são feitos 200 diagnósticos
do gênero por ano), tem se limitado até agora a doenças como fibrose cística, na qual a herança
genética é determinante -ou seja, a doença se desenvolve se o gene estiver presente.
No ano passado, os britânicos
autorizaram o diagnóstico pré-implantação para dois cânceres
-nos quais o gene defeituoso leva à doença em 90% dos casos.
Não é o que acontece com as variantes dos genes BRCA1 e
BRCA2 e de um tipo de câncer de
cólon que entraram na recomendação da HFEA, agência britânica
que regulamenta tratamentos de
fertilidade. O BRCA1 e o BRCA2
envolvem um risco de 80% de desenvolver câncer de mama, mas
portadoras de BRCA1 têm só 40%
de chance de desenvolver câncer
de ovário. Além disso, tais doenças ocorrem mais tarde na vida e
são tratáveis.
A recomendação será votada
amanhã pelo conselho da HFEA.
Ativistas antiaborto como Josephine Quintavalle classificaram o
diagnóstico pré-implantação de
uma "arma de destruição, apontada sem dó para os embriões".
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