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Brasil pede corte de CO2 aos ricos, sem meta para os pobres
País quer ajuda financeira, mas diz poder cumprir promessa de redução de gases sem auxílio externo
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Os sinais de recuo nos compromissos de corte nas emissões de países desenvolvidos e
tentativas de dividir o bloco dos
países em desenvolvimento
monopolizaram a reunião de
ontem da cúpula da delegação
brasileira que irá a Copenhague. O negociador brasileiro,
embaixador Luiz Alberto Figueiredo, participou por teleconferência da reunião coordenada pela ministra Dilma
Rousseff, chefe da delegação.
A exposição de Figueiredo
durante quase duas horas de
reunião deixou em segundo
plano a proposta defendida pelo Ministério do Meio Ambiente, com apoio de ambientalistas, de que a conferência do clima fixasse um limite global para as emissões de carbono.
Essa proposta pressupõe um
esforço dos países em desenvolvimento. E, no momento, a
prioridade da estratégia brasileira é cobrar compromissos
mais firmes dos países desenvolvidos, responsáveis históricos pela maior parcela de emissão de gases de efeito estufa.
"Há países europeus amarelando, puxando suas metas para baixo para atrair os Estados
Unidos para um acordo", disse
o ministro Carlos Minc após a
reunião na Casa Civil.
Minc relatou que o Brasil
participa, ao lado de outros países, da tentativa de elaborar
uma nova proposta de acordo.
Essa proposta poderia substituir o esboço feito pela Dinamarca. O documento do país
anfitrião da conferência, que
vazou anteontem, foi criticado.
Na avaliação feita ontem, o
estabelecimento de metas "voluntárias" pelo Brasil permitiu
aos negociadores brasileiros
cobrar compromissos mais relevantes dos países desenvolvidos. A delegação insistirá na
criação de um fundo global para financiar ações de corte das
emissões e de adaptação.
O país espera contar com
parte dos recursos desse fundo,
embora não condicione o cumprimento de suas metas voluntárias ao financiamento externo. Também participaram da
reunião de ontem os ministros
Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e Celso Amorim (Relações Exteriores).
A chefe da delegação brasileira chegará a Copenhague no
domingo. O presidente Luiz
Inácio Lula da Silva irá depois e
deverá discursar no dia 17, penúltimo dia da conferência.
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