São Paulo, segunda-feira, 10 de maio de 2010

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Engenheiros falham em fechar poço de petróleo submarino

Empresa cogita instalar "cartola" metálica sobre vazamento para impedir que a mancha de óleo no golfo do México cresça

Tentativa de cobrir o poço com uma caixa gigante de metal falhou no sábado devido à formação de gelo, que entupiu sua abertura

DA REDAÇÃO

A empresa petrolífera BP examinava ontem as opções que ainda restam para conter o vazamento de petróleo de um poço submarino no golfo do México e impedir que o derrame se torne o pior desastre do gênero da história dos EUA.
No sábado, a tentativa de colocar uma enorme caixa de metal em cima do vazamento para coletar o óleo e impedir que ele alimente a mancha que se espalha pelo golfo fracassou.
Quando os técnicos da BP tentavam baixar o domo de contenção até o local do vazamento, a 1.500 metros de profundidade, cristais de gelo se formaram no interior da estrutura e entupiram a saída por onde o óleo subiria à superfície para ser coletado.
Nunca um domo de contenção, como é chamada a caixa metálica de 12 metros de altura, havia sido usado em uma profundidade tão grande.
Havia o temor de que ele não fosse funcionar por causa do gelo, e foi o que aconteceu.
A estrutura foi içada 500 metros acima do vazamento, enquanto os engenheiros começavam a improvisar outras maneiras de fechar o vazamento.
Uma técnica seria usar um tubo para injetar lama e concreto diretamente no "blowout preventer", a válvula do poço que deveria ter impedido o vazamento após a explosão, mas que não funcionou.
Esse processo poderia levar de duas a três semanas.
O chefe de operações da BP, Doug Suttles, disse que outra solução seria colocar um domo de contenção menor sobre o vazamento. "Nós o chamamos de "cartola'", afirmou.
Por conter menos água, a "cartola" estaria menos suscetível à acumulação de gelo que vitimou o domo maior. Ela poderia estar pronta para ser baixada até o local do vazamento ainda nesta semana.
Uma solução definitiva, que seria perfurar um segundo poço horizontal e por meio dele concretar o vazamento, levaria de dois a três meses.
Desde a explosão da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, operada pela BP, no último dia 20, já vazaram 13,3 milhões de litros de óleo do poço.
É cerca um terço do que vazou do superpetroleiro Exxon Valdez no Alasca em 1989, no pior acidente com óleo da história americana.
Nesse ritmo de vazamento, o desastre do golfo superaria o do Alasca em 20 de junho.
No fim de semana, grossas bolhas de piche chegaram às praias do Estado do Alabama, em mais um sinal de que o derramamento -mais perto da Louisiana- estava se espalhando. Até agora, porém, quantidades maciças de óleo ainda não chegaram à costa.
Uma investigação descobriu que a explosão original foi causada por uma bolha de gás metano que escapou do poço e subiu pela coluna de perfuração.
Como o gás se expande à medida que sobe, a bolha rompeu várias barreiras ao longo da coluna antes de explodir na superfície, matando 11 pessoas.


Com agências internacionais



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