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Engenheiros falham em fechar poço de petróleo submarino
Empresa cogita instalar "cartola" metálica sobre vazamento para impedir que a mancha de óleo no golfo do México cresça
Tentativa de cobrir o poço com uma caixa gigante de
metal falhou no sábado
devido à formação de gelo,
que entupiu sua abertura
DA REDAÇÃO
A empresa petrolífera BP
examinava ontem as opções
que ainda restam para conter o
vazamento de petróleo de um
poço submarino no golfo do
México e impedir que o derrame se torne o pior desastre do
gênero da história dos EUA.
No sábado, a tentativa de colocar uma enorme caixa de metal em cima do vazamento para
coletar o óleo e impedir que ele
alimente a mancha que se espalha pelo golfo fracassou.
Quando os técnicos da BP
tentavam baixar o domo de
contenção até o local do vazamento, a 1.500 metros de profundidade, cristais de gelo se
formaram no interior da estrutura e entupiram a saída por
onde o óleo subiria à superfície
para ser coletado.
Nunca um domo de contenção, como é chamada a caixa
metálica de 12 metros de altura,
havia sido usado em uma profundidade tão grande.
Havia o temor de que ele não
fosse funcionar por causa do
gelo, e foi o que aconteceu.
A estrutura foi içada 500 metros acima do vazamento, enquanto os engenheiros começavam a improvisar outras maneiras de fechar o vazamento.
Uma técnica seria usar um
tubo para injetar lama e concreto diretamente no "blowout
preventer", a válvula do poço
que deveria ter impedido o vazamento após a explosão, mas
que não funcionou.
Esse processo poderia levar
de duas a três semanas.
O chefe de operações da BP,
Doug Suttles, disse que outra
solução seria colocar um domo
de contenção menor sobre o
vazamento. "Nós o chamamos
de "cartola'", afirmou.
Por conter menos água, a
"cartola" estaria menos suscetível à acumulação de gelo que
vitimou o domo maior. Ela poderia estar pronta para ser baixada até o local do vazamento
ainda nesta semana.
Uma solução definitiva, que
seria perfurar um segundo poço horizontal e por meio dele
concretar o vazamento, levaria
de dois a três meses.
Desde a explosão da plataforma de petróleo Deepwater Horizon, operada pela BP, no último dia 20, já vazaram 13,3 milhões de litros de óleo do poço.
É cerca um terço do que vazou do superpetroleiro Exxon
Valdez no Alasca em 1989, no
pior acidente com óleo da história americana.
Nesse ritmo de vazamento, o
desastre do golfo superaria o do
Alasca em 20 de junho.
No fim de semana, grossas
bolhas de piche chegaram às
praias do Estado do Alabama,
em mais um sinal de que o derramamento -mais perto da
Louisiana- estava se espalhando. Até agora, porém, quantidades maciças de óleo ainda não
chegaram à costa.
Uma investigação descobriu
que a explosão original foi causada por uma bolha de gás metano que escapou do poço e subiu pela coluna de perfuração.
Como o gás se expande à medida que sobe, a bolha rompeu
várias barreiras ao longo da coluna antes de explodir na superfície, matando 11 pessoas.
Com agências internacionais
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