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Ciência brasileira é 20ª em importância
Índice que mede impacto de estudos põe Brasil em colocação inédita; país ainda é melhor em quantidade que qualidade
Na contagem de número de artigos publicados, Brasil já é o 15º do mundo, segundo dados referentes a 2006; medicina puxou aumento
EDUARDO GERAQUE
ENVIADO ESPECIAL A BELÉM
A ciência brasileira está na
20ª colocação no ranking mundial de índice de impacto -a
fórmula usada para medir a
qualidade de trabalhos científicos. Um levantamento divulgado ontem pela Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de
Pessoal de Nível Superior) indica que os estudos publicados
entre 2002 e 2006 atingiram
uma pontuação média de 2,95.
O número foi obtido a partir
de uma equação que leva em
conta o número de vezes que
cada artigo é citado por outros e
considera a qualidade da revista onde a pesquisa é publicada.
O ranking, apresentado ontem na reunião anual da SBPC
(Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência), em Belém, mostra que os cientistas
brasileiros também melhoram
em produtividade. A produção
brasileira relativa a 2006 atingiu 16.872 artigos e fez o país
ganhar duas posições no ranking de produtividade. O Brasil
passou a Suíça e a Suécia e é
agora o 15º (veja quadro à dir.).
Os EUA continuam disparados no primeiro lugar, dando
conta de 32,3% da ciência feita
no mundo. Logo depois vêm
Alemanha, Japão, China e Inglaterra, nesta ordem. "Apesar
de o Brasil estar atrás da China
em termos quantitativos, o impacto da ciência brasileira está
mais alto", disse Jorge Guimarães, presidente da Capes.
Qualidade x quantidade
O impacto de artigos científicos é medido com base no números de vezes que um mesmo
artigo científico é citado. Vale
apenas a publicação de trabalhos em revistas indexadas em
um sistema reconhecido por
todos os países, chamado de
ISI. O Brasil tem 28 revistas
nesse banco de dados.
O crescimento da ciência no
Brasil ocorreu em várias áreas,
mas algumas se destacaram.
"Uma das que mais chamam a
atenção no é a medicina, que
cresceu quantitativamente 17%
no triênio 2004-2006 em relação aos três anos imediatamente anteriores", disse Guimarães. Segundo ele, a própria Capes ajudou, adotando uma cobrança mas forte por qualidade
no seu sistema de avaliação.
"Temos mais de 400 cursos
de medicina hoje no país. E
aqueles que estão ruins estão
sendo fechados", afirmou. A
área que mais cresceu em produção foi a de psicologia e psiquiatria, com índice de 70%.
Apesar de críticas, o sistema
de avaliação da pós-graduação
e da pesquisa que dá peso à
quantidade de artigos, segundo
Guimarães, é eficaz. "Tem gente que acha que não pode nem
avaliar, mas não existe outra
forma. A vida é uma pressão
permanente. Na área acadêmica, isso é que gera as lideranças", disse Guimarães. "Claro
que não podemos exagerar. Publicar por publicar não é certo."
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