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MEDICINA
Medicamento de empresa francesa foi testado em 3.040 obesos em dieta na América do Norte durante dois anos
Nova droga ajuda a perder e manter peso
DA REDAÇÃO
Uma nova droga testada durante dois anos num grupo grande de
voluntários conseguiu não só auxiliar pessoas em dieta a perder
peso, como também as ajudou a
não recuperar os quilos perdidos
nos meses seguintes.
Os resultados, apresentados ontem durante a reunião anual da
Associação Americana do Coração, em Nova Orleans (EUA), fazem parte do terceiro grande teste
realizado com a droga, chamada
ribonabant (nome comercial
Acomplia), desenvolvida pela farmacêutica Sanofi-Aventis.
O primeiro, com cerca de 1.000
pacientes, durou um ano; o segundo ampliou o número de voluntários, vindos dos EUA e da
Europa, para cerca de 1.500, por
dois anos. O terceiro e maior estudo, agora apresentado, teve resultados similares.
Os 3.040 voluntários obesos,
vindos dos EUA e do Canadá e
80% deles mulheres, foram divididos em três grupos: um tomou
uma dose alta diária da droga (20
mg), outro tomou uma dose baixa
(5 mg) e um terceiro tomou um
placebo (substância inócua).
A droga funciona se ligando a
receptores nas células do cérebro
que também são ativados quando
uma pessoa tem fome após fumar
maconha. A idéia é inibir a vontade de comer; o medicamento não
faz a pessoa emagrecer sem dieta.
No caso, os voluntários foram
submetidos a um corte de 600 calorias em seu consumo diário.
Entre os que tomaram a dose
maior, 33% perderam 10% de seu
peso em relação ao início do tratamento. Para os que tomaram placebo, esse nível de perda veio para
16,4% dos pacientes. Mais de 62%
dos que tomaram a dose maior tiveram uma perda de pelo menos
5% de sua massa corporal.
A droga também estimulou a
melhora dos níveis de HDL (o
chamado colesterol bom) no sangue, e ajudou a baixar os níveis de
triglicérides. "Acho que você tem
um ganho duplo aqui", disse Xavier Pi-Sunyer, do Hospital St. Lukes-Roosevelt, em Nova York, e
coordenador do teste.
Efeitos colaterais incluem incidência um pouco maior de depressão, ansiedade e irritabilidade. Há também um ligeiro aumento de casos de náusea.
Dos que começaram o teste com
a dose maior, 12,8% desistiram.
No caso dos que tomavam placebo, o índice de desistência ficou
em 7,2%. Os números e os efeitos
observados apontam que a droga
é segura, apesar das limitações de
eficiência. "Embora a eficácia tenha estabilizado depois do primeiro ano, o principal destaque é
a demonstração de que é segura",
disse Ben Yeoh, analista do banco
ABN Amro em Londres.
A Sanofi-Aventis pretende pedir autorização à FDA (agência
que regula alimentos e fármacos
nos EUA) para colocar a droga no
mercado a partir do ano que vem.
Analistas estimam que o novo
medicamento possa produzir um
ganho de US$ 6 bilhões anuais.
Com Reuters
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