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MP vai receber dados "quentes" das derrubadas
SÍLVIA FREIRE
DA AGÊNCIA FOLHA
Os ministérios públicos
Federal e Estadual do Pará
vão receber dados atualizados sobre o desmatamento
na Amazônia produzidos pelo SAD (Sistema de Alerta de
Desmatamento), ferramenta
que usa imagens de satélite
para monitorar a floresta.
O SAD foi desenvolvido
pelo Imazon (Instituto do
Homem e Meio Ambiente da
Amazônia) e permite identificar desmatamentos com
defasagem de 20 a 30 dias.
O Ministério Público Federal do Pará, por exemplo,
utilizava até agora imagens
de satélite fornecidas pelo
Inpe (Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais) ou pelo
Sipam (Sistema de Proteção
da Amazônia), que às vezes
chegam com defasagem, para identificar locais onde
ocorreram os crimes.
"Os desmatamentos não
acontecem do dia para a noite, são ações longas no tempo. O fazendeiro faz a derrubada de 300 hectares de floresta no primeiro mês e, como ninguém detecta, continua nos meses seguintes. Se
o desmatamento for detectado no primeiro mês, é possível parar a derrubada", disse
Felício Pontes, procurador-chefe do Ministério Público
Federal do Pará.
A estimativa do procurador é que sejam gerados em
todo o Estado do Pará de 80 a
cem representações por mês
pelo SAD. Cada uma representa um ponto de desmatamento e será aberto procedimento de investigação.
Segundo Pontes, o sistema
é capaz de localizar desmatamentos ilegais, mas a procuradoria e a promotoria dependem ainda das ações da
Polícia Federal e do Ibama
para identificar os autores
dos crimes ambientais.
Cada representação será
comunicada aos dois órgãos
pelo ministério público, que
deverão também apurar todas as responsabilidades.
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