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Importação atrasa testes de "fábrica"" de células gigante
DO ENVIADO AO RIO
Com a linha de produção
pronta para entrar em funcionamento -até agora o biorreator de cinco litros não foi usado,
mas a técnica está aprovada em
testes feitos em biorreatores
menores, com capacidade de
um litro cada- outra questão
relevante é melhorar a qualidade do composto usado para alimentar as células-tronco.
Basicamente, diz a química
Aline Marie Fernandes, todos
os caldos de cultura usados hoje apresentam algum grau de
contaminação por material de
origem animal. Enquanto algumas colônias celulares crescem
sobre células de roedores, na
UFRJ isso já não ocorre.
Mas, apesar de não ser adicionado material animal nos
biorreatores, as soluções que
alimentam a multiplicação das
células-tronco embrionárias
humanas ainda não estão totalmente livres de substâncias
animais. Isso pode ser um grande obstáculo quando chegar o
momento de injetar essas células-tronco em seres humanos.
"Um dos nossos objetivos
agora é multiplicar células sem
nenhum tipo de substância de
origem animal" afirma Rehen,
na sua sala no CCS (Centro de
Ciências de Saúde) da UFRJ.
Segundo o cientista, um artigo descrevendo o método de
multiplicação das células desenvolvido por sua equipe já foi
submetido para publicação em
um periódico internacional.
Um dos próximos passos também é usar o biorreator maior
para valer. Mas, para isso, além
de recursos financeiros que devem chegar nos próximos meses, ele depende da burocracia
de importação. "Estamos esperando faz meses um novo meio
de cultura chegar", afirma.
Um milhão de células
Uma das primeiras linhagens
de células-tronco embrionárias
humanas que serão colocadas
para serem agitadas no tubo de
ensaio de cinco litros é a BR-1,
desenvolvida na USP, no laboratório de Lygia da Veiga Pereira, diz Rehen. As células já foram todas testadas quanto à
pluripotência e estão congeladas. "Temos 1 milhão de células", disse Fernandes. "Tudo isso cabe em um pequeno tubo."
Apesar de todo o cuidado para que a contaminação seja a
menor possível e que o meio de
cultura seja livre de compostos
animais, Rehen acredita que
uma outra aplicação das células-tronco embrionárias humanas esteja até mais perto de
ocorrer do que o uso delas em
testes de terapias celulares.
"Elas serão usadas até mais
rápido em testes de toxicidade
de novos fármacos", afirma o
neurocientista, que também
está concorrendo em um edital
aberto pelo governo federal.
O objetivo do concurso é escolher pelo menos meia dúzia
de centros brasileiros de fabricação de células-tronco. Com o
uso da tecnologia da UFRJ,
afirma Rehen, milhares de
compostos envolvidos com novas drogas poderão ser testados
ao mesmo tempo.
(EG)
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