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ANO POLAR INTERNACIONAL
Expedição brasileira chega a ponto extremo da Antártida
DA REDAÇÃO
Cientistas brasileiros chegaram anteontem ao monte
Johns, um dos lugares menos conhecidos da Terra, na
Antártida. O local é o ponto
extremo da expedição Deserto de Cristal, a primeira
missão independente nacional ao continente gelado.
Durante os próximos dez
dias, um grupo de quatro
cientistas, liderado pelo glaciologista Jefferson Cardia
Simões, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
realizará perfurações no
manto de gelo para investigar como o clima terrestre
variou nos últimos 500 anos.
O monte Johns fica a cerca
de 400 quilômetros a sudoeste dos montes Patriot,
local do acampamento-base
da expedição -que, por sua
vez, fica a 2.100 quilômetros
da Estação Antártica Comandante Ferraz, na ilha Rei
George, onde o Brasil concentra suas pesquisas antárticas desde a década de 1980.
No local atingido anteontem, o manto de gelo antártico tem 2.115 metros de espessura, formando uma espécie de domo.
Ali, enfrentando temperaturas de -19C, Simões e seus
colegas Francisco Aquino,
Luiz Fernando Magalhães
Reis (ambos da Universidade
Federal do Rio Grande do
Sul) e Márcio Cataldo (da
Universidade Estadual do
Rio de Janeiro) acamparão
até o dia 18 e farão a extração
de testemunhos (cilindros)
de gelo. Analisando a composição química do ar aprisionado nesses cilindros, é possível saber como a temperatura do planeta variou ao
longo do tempo.
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