|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Relatório avalia ação indireta de empresas sobre desmatamento
Estudo mapeia compra de produtos que incentivam derrubada de florestas
DA REPORTAGEM LOCAL
Um relatório patrocinado
pelo governo britânico e por
um grupo de fundações filantrópicas está elaborando um
sistema de classificação de empresas pelo impacto de seus negócios na preservação de florestas. Liderado pela Fundação
Global Canopy, o Forest Footprint Disclosure (revelação da
pegada florestal) avalia qual o
grau de controle que as companhias têm sobre sua produção e
consumo de produtos que podem estar ligados ao desmate.
Entre as chamadas commodities de risco florestal estão
couro, carne, dendê, madeira e
soja, todas direta ou indiretamente ligadas a pressão por
desmate em florestas tropicais.
No primeiro relatório do programa, apenas 35 das 217 das
empresas contatadas relataram suas políticas de aquisição
desses produtos, dentre as
quais Nike, Adidas, British Airways, L'Oréal e Unilever.
Segundo a Global Canopy, a
adesão foi baixa porque muitas
empresas não puderam levantar os dados necessários ainda
(as solicitações foram feitas em
julho de 2009). Por isso, nesta
etapa, em alguns setores, como
o automotivo, só uma ou duas
empresas ofereceram resposta.
"Algumas empresas que estão divulgando práticas "ambientalmente amigáveis" em
mensagens para o mercado
consumidor não revelam seu
impacto sobre as florestas",
disse Tracey Campbell, diretora do projeto, em comunicado.
O relatório publicado no site
www.forestdisclosure.com
lista quais empresas não forneceram os dados no prazo e
quais se recusaram. Segundo os
diretores da iniciativa, porém,
muitas manifestaram interesse
em aderir à iniciativa nos próximos anos. Um relato auditado de práticas ambientais corretas das empresas pode lhes
dar vantagem competitiva, dizem os criadores do programa.
"Não se trata de criar barreiras comerciais", diz Peter May,
economista da ONG Amigos da
Terra que participa do projeto.
"A questão é criar um diferencial positivo para empresas que
agem corretamente."
A maioria das empresas brasileiras citadas no relatório é do
setor alimentício. A única a fornecer dados, porém, foi o frigorífico Independência, que perdeu capital com a crise financeira mundial e está em processo de recuperação judicial. A
JBS, maior frigorífico do mundo, consta da lista daquelas que
não se manifestaram. O departamento de sustentabilidade da
empresa, porém, nega ter sido
procurado.
(RAFAEL GARCIA)
Texto Anterior: DNA produz retrato falado de homem de 4.000 anos Próximo Texto: Biossegurança: Novo presidente da CTNBio se diz contra rotular transgênico Índice
|