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Aposentada acha ovo de codorna coletado por Darwin no Uruguai
Peça foi guardada sem referência em coleção da Universidade de Cambridge
Masons News Service/Mail Online
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Liz Wetton segura caixa com ovo de codorna-do-campo
DO "INDEPENDENT"
A aposentada inglesa Liz
Wetton, 80, tinha viajado havia
poucas semanas para um trabalho voluntário ordinário: separar e reencaixotar ovos de aves
da enorme coleção do Museu
de Zoologia da Universidade de
Cambridge, na Inglaterra. Naquele dia, porém, ela acabou se
deparando com um exemplar
especial: ele possuía o nome "C.
Darwin" escrito na casca, com
uma tinta meio apagada.
Mesmo ciente de que ovo rachado deveria ter pertencido ao
famoso naturalista Charles
Darwin, Wetton o encaixotou
como uma peça normal, presumindo que o museu deveria conhecer seu próprio patrimônio.
Foi só quando Mathew Lowe,
gerente das coleções do museu,
revisou o trabalho de Wetton
algumas semanas depois que o
museu se deu conta da importância da peça. O ovo é o único
dos 16 exemplares que Darwin
relatou ter coletado durante a
viagem do navio HMS Beagle,
entre 1831 e 1836, e que parece
ter sobrevivido ao tempo.
Wetton é a voluntária mais
antiga do museu e estima que já
tenha organizado vários milhares de ovos na década passada.
"Este é o ano de Darwin, então
a data é perfeita, não poderia
ser melhor", disse Wetton, em
reverência ao bicentenário do
nascimento do naturalista e do
aniversário de 150 anos da publicação da teoria da evolução,
seu principal trabalho. "Sempre me interessei por pássaros,
sou uma observadora deles. E,
estranhamente, o ovo tem cor
de chocolate também: alguém
do museu disse, quando o viu:
"É o ovo de Páscoa de Darwin"."
O ovo, que pertence a uma
codorna-do-campo, havia sido
doado por Alfred Newton, professor de zoologia de Cambridge amigo de Darwin. Quando os
curadores do museu consultaram seu caderno particular,
acharam uma referência à peça.
"Um ovo, recebido por meio
de Frank Darwin, tendo sido a
mim enviado por seu pai, que
disse tê-lo coletado em Maldonado (Uruguai) e que seria do
tinamídeo comum daquela região", escreveu Newton. "O
grande homem o colocou numa
caixa pequena demais, por isso
está neste estado infeliz."
"A redescoberta de um espécime do Beagle no aniversário
de 200 anos de Darwin já é algo
bastante especial, mas ter evidência de que o próprio Darwin
o quebrou é um desdobramento maravilhoso", diz Lowe.
O diretor do museu de zoologia, Michel Akam, diz que o
exemplar acabou sendo equivocadamente arquivado em
meio a peças comuns, de menor
valor histórico. O erro provavelmente ocorreu quando a coleção da instituição -que possui entre 40 mil e 50 mil ovos-
teve de ser transferida de um
prédio para outro, em 1968.
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