São Paulo, sábado, 11 de abril de 2009

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Aposentada acha ovo de codorna coletado por Darwin no Uruguai

Peça foi guardada sem referência em coleção da Universidade de Cambridge

Masons News Service/Mail Online
Liz Wetton segura caixa com ovo de codorna-do-campo

DO "INDEPENDENT"

A aposentada inglesa Liz Wetton, 80, tinha viajado havia poucas semanas para um trabalho voluntário ordinário: separar e reencaixotar ovos de aves da enorme coleção do Museu de Zoologia da Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Naquele dia, porém, ela acabou se deparando com um exemplar especial: ele possuía o nome "C. Darwin" escrito na casca, com uma tinta meio apagada.
Mesmo ciente de que ovo rachado deveria ter pertencido ao famoso naturalista Charles Darwin, Wetton o encaixotou como uma peça normal, presumindo que o museu deveria conhecer seu próprio patrimônio.
Foi só quando Mathew Lowe, gerente das coleções do museu, revisou o trabalho de Wetton algumas semanas depois que o museu se deu conta da importância da peça. O ovo é o único dos 16 exemplares que Darwin relatou ter coletado durante a viagem do navio HMS Beagle, entre 1831 e 1836, e que parece ter sobrevivido ao tempo.
Wetton é a voluntária mais antiga do museu e estima que já tenha organizado vários milhares de ovos na década passada. "Este é o ano de Darwin, então a data é perfeita, não poderia ser melhor", disse Wetton, em reverência ao bicentenário do nascimento do naturalista e do aniversário de 150 anos da publicação da teoria da evolução, seu principal trabalho. "Sempre me interessei por pássaros, sou uma observadora deles. E, estranhamente, o ovo tem cor de chocolate também: alguém do museu disse, quando o viu: "É o ovo de Páscoa de Darwin"."
O ovo, que pertence a uma codorna-do-campo, havia sido doado por Alfred Newton, professor de zoologia de Cambridge amigo de Darwin. Quando os curadores do museu consultaram seu caderno particular, acharam uma referência à peça.
"Um ovo, recebido por meio de Frank Darwin, tendo sido a mim enviado por seu pai, que disse tê-lo coletado em Maldonado (Uruguai) e que seria do tinamídeo comum daquela região", escreveu Newton. "O grande homem o colocou numa caixa pequena demais, por isso está neste estado infeliz."
"A redescoberta de um espécime do Beagle no aniversário de 200 anos de Darwin já é algo bastante especial, mas ter evidência de que o próprio Darwin o quebrou é um desdobramento maravilhoso", diz Lowe.
O diretor do museu de zoologia, Michel Akam, diz que o exemplar acabou sendo equivocadamente arquivado em meio a peças comuns, de menor valor histórico. O erro provavelmente ocorreu quando a coleção da instituição -que possui entre 40 mil e 50 mil ovos- teve de ser transferida de um prédio para outro, em 1968.


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