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Método é usado na arqueologia
de Paris
"Não se faz um ciclotron para
estudar história", brinca Christian Morrisson, economista com
formação em história.
No início dos anos 70, Jean-Nöel Barrandon, o físico do grupo, começou a utilizar o método
de bombardeio por prótons para
definir graus de pureza do chamado "ouro industrial", parte essencial de circuitos eletrônicos.
Desde 1973, Barrandon passou
a aproveitar os períodos ociosos
do aparelho, que serve para a medicina e para estudar peças arqueológicas. O método é mil vezes mais preciso que o concorrente, o de fluxo de raios X fluorescente, mais utilizado.
"Se pudéssemos estudar as coleções brasileiras, ganharíamos ainda mais precisão", afirmou Barrandon. O principal problema enfrentado pelo grupo é a restrição
às coleções de moedas francesas,
pobres em peças cunhadas no
Brasil e em Portugal.
"Queríamos utilizar uma coleção de Madri (Espanha), mas o
transporte e o seguro das moedas
custaria muito caro", disse Cécile.
As coleções de moedas históricas
só viajam acompanhadas dos
conservadores. Segundo Barrandon, houve alguns estudos na Romênia utilizando a mesma técnica, mas o seu grupo é o único a
manter uma pesquisa utilizando
radiação protônica.
O problema só não foi maior
porque cada moeda, na França,
era cunhada com num lote de outras 5.000. Isso significa que cada
peça analisada representa também outras 4.999 com a mesma
composição, tornando o resultado da pesquisa significativo.
O Brasil foi o grande produtor
de ouro do século 18. A produção
brasileira começa a crescer em
1693 e atinge seu apogeu entre
1740 e 1760 -cerca de 15 toneladas por ano. A partir de 1775, a
produção volta a cair.
No período, produziu 840 toneladas, contra 476 toneladas da Colômbia. Estima-se que 30% do
ouro brasileiro tenha seguido em
direção à Inglaterra.
Além de estimular as economias inglesas e francesas, o ouro
brasileiro também deu origem a
uma burguesia local e a uma elite
que, com a crise provocada pela
queda da produção e a repressão
da Coroa portuguesa, reivindicaria a independência.
(HCS)
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