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Austrália inaugura vôo regular para a Antártida, mas só para cientistas
DA REPORTAGEM LOCAL
Navegar por duas semanas
para chegar à Antártida a partir da Austrália já faz parte do
passado.
Ontem, um Airbus A319
que saiu da Tasmânia pousou,
sem solavancos, na nova pista
de 4 quilômetros de extensão
e 700 metros de largura construída sobre o continente gelado. A obra, que durou mais
de dois anos, custou aos australianos US$ 41 milhões.
Será a primeira ligação comercial regular entre a Antártida e um outro continente.
Os vôos serão semanais, apenas entre outubro e março,
época do verão.
A novidade, entretanto, está fechada para turistas. O
vôo é destinado apenas a pesquisadores australianos.
Após as quatro horas e meia
de viagem pelo ar desde a Tasmânia, eles vão ter que se deslocar, por via terrestre, por
mais quatro horas para chegar à estação de pesquisas da
Austrália na Antártida.
"A chegada aqui é muito
mais desimpedida do que é
em muitos aeroportos ao redor do mundo", comenta
Garry Studd, o comandante
que levou nove cientistas, representantes do governo da
Austrália e jornalistas no primeiro vôo da nova linha.
A nova pista de pouso recebe o nome de Hubert Wilkins,
o homem que fez o primeiro
vôo sobre a Antártida, há 79
anos. Ela não foi vista com
bons olhos por todos os pesquisadores. Afinal, para alguns, faz parte do show atravessar o oceano Austral para
trabalhar no verão.
"A jornada marítima é realmente muito especial de ser
feita. É sempre épico vir para
a Antártida e, agora, você pode subir em um avião e chegar
aqui em cinco horas. Dessa
forma, pelo ar, a mística não
existe mais", disse.
O ministro de Ambiente da
Austrália, Peter Garrett, fez
questão de enaltecer o feito.
Agora que novo governo do
país ratificou o Protocolo de
Kyoto, as pesquisas sobre o
aquecimento global viraram
assunto de Estado. E a Antártida é o melhor laboratório
para esse tipo de estudo. A
pista Wilkins permitirá aos
australianos turbinarem a
ciência climática
Com France Presse
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