São Paulo, sábado, 12 de janeiro de 2008

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Austrália inaugura vôo regular para a Antártida, mas só para cientistas

DA REPORTAGEM LOCAL

Navegar por duas semanas para chegar à Antártida a partir da Austrália já faz parte do passado.
Ontem, um Airbus A319 que saiu da Tasmânia pousou, sem solavancos, na nova pista de 4 quilômetros de extensão e 700 metros de largura construída sobre o continente gelado. A obra, que durou mais de dois anos, custou aos australianos US$ 41 milhões.
Será a primeira ligação comercial regular entre a Antártida e um outro continente. Os vôos serão semanais, apenas entre outubro e março, época do verão.
A novidade, entretanto, está fechada para turistas. O vôo é destinado apenas a pesquisadores australianos. Após as quatro horas e meia de viagem pelo ar desde a Tasmânia, eles vão ter que se deslocar, por via terrestre, por mais quatro horas para chegar à estação de pesquisas da Austrália na Antártida.
"A chegada aqui é muito mais desimpedida do que é em muitos aeroportos ao redor do mundo", comenta Garry Studd, o comandante que levou nove cientistas, representantes do governo da Austrália e jornalistas no primeiro vôo da nova linha.
A nova pista de pouso recebe o nome de Hubert Wilkins, o homem que fez o primeiro vôo sobre a Antártida, há 79 anos. Ela não foi vista com bons olhos por todos os pesquisadores. Afinal, para alguns, faz parte do show atravessar o oceano Austral para trabalhar no verão.
"A jornada marítima é realmente muito especial de ser feita. É sempre épico vir para a Antártida e, agora, você pode subir em um avião e chegar aqui em cinco horas. Dessa forma, pelo ar, a mística não existe mais", disse.
O ministro de Ambiente da Austrália, Peter Garrett, fez questão de enaltecer o feito. Agora que novo governo do país ratificou o Protocolo de Kyoto, as pesquisas sobre o aquecimento global viraram assunto de Estado. E a Antártida é o melhor laboratório para esse tipo de estudo. A pista Wilkins permitirá aos australianos turbinarem a ciência climática


Com France Presse


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